Alberto Fernández

Justiça argentina bloqueia bens de ex-presidente amigo de Lula

O ex-presidente Alberto Fernández, é acusado de desviar verbas por meio da contratação irregular de seguros para empregados públicos

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A Justiça argentina determinou na noite desta terça-feira (09) o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández. (Foto: Ricardo Stuckert)

A Justiça argentina determinou na noite desta terça-feira (09) o bloqueio de bens e a quebra do sigilo bancário do ex-presidente Alberto Fernández, que é acusado de desviar verbas por meio da contratação irregular de seguros para empregados públicos. 

A decisão do juiz federal Julián Ercolini também inclui ao menos outras 32 pessoas que estão envolvidas no chamado escândalo dos seguros. Em 2021, o governo do peronista baixou um decreto obrigando entidades públicas a contratarem os convênios da empresa. Além de Fernández, o seu amigo e corretor de seguros, Héctor Martínez Sosa, e Alberto Pagliano, ex-diretor da Nación Seguros, também foram alvos da ação. 

Em entrevista à rádio La Red, no mês passado, Fernández negou que tenha cometido qualquer crime. “Faço da honestidade um culto. Sou um homem público. E falo porque quero explicar o que aconteceu para as pessoas. Não roubei nada, não participei de nenhum negócio nem autorizei nenhum negócio. E isso não é um acordo. Eles estão afetando muitas pessoas boas”, disse o ex-presidente. 

O caso teve início após a advogada Silvina Martínez apresentar uma queixa criminal contra o ex-presidente e Pagliano, na qual os acusava dos crimes de prevaricação (quando um funcionário público não cumpre com os seus deveres), abuso de autoridade e apropriação indevida de fundos públicos. 

Segundo a denúncia acatada pelo MP, o suposto crime teria começado em 2021, quando o ex-chefe da Administração Nacional de Seguridade Social (Anses) Osvaldo Giordano assumiu o cargo e solicitou uma investigação sobre um contrato da Nación Seguros para segurar empréstimos de aposentados. Antes do governo Fernández, a Anses adotava o autoseguro. No entanto, depois do decreto 823/2021 , todos os seguros estatais foram canalizados na Nación Seguros, que por sua vez contratou um corretor e empresas privadas para executar os serviços. 

O decreto de Fernández menciona que os contratos deveriam ser feitos por meio de um acordo interadministrativo no caso da administração central, enquanto o restante das entidades, como empresas públicas e entidades fiduciárias, deveriam fazê-lo por meio dos procedimentos de seus regimes de contratação. A subcontratação de apólices é expressamente proibida, embora não haja menção expressa de que não possa haver gestores. Foi nesse ponto que surgiram as suspeitas sob os intermediários.

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