Rebeldes tomam a Síria e põem fim à tirania de al-Assad, que foge para Rússia
O tirano foi forçado fugir do país e não se pronunciou até o momento
Rebeldes sírios declararam ter deposto o ditador Bashar al-Assad após tomarem o controle de Damasco, capital da Síria, neste domingo (8).
O tirano foi forçado fugir, pondo fim ao regime autocrático da família Assad, que durava mais de 50 anos.
O registro abala a influência da Rússia e do Irã na Síria, já que ambos foram aliados de Assad ao longo dos anos.
Os rebeldes afirmaram que entraram em Damasco sem encontrar resistência do exército. Milhares de civis se reuniram nas ruas, celebrando o fim do regime com gritos de “Liberdade”.
Veja abaixo alguns momentos da ação:
🇸🇾 ¡Damasco cae!
Tras más de 50 años de régimen baazista en Siria, el dictador Bashar Al-Assad, conocido como “el carnicero de Damasco”, ha sido derrocado.
Que esto sea un presagio, de lo que pronto podría ocurrir, con el tirano Nicolás Maduro en Venezuela. pic.twitter.com/W3b1n6FLyb
— Mónica Saade (@pelinegra0818) December 8, 2024
Alguns chegaram a entrar no Palácio Presidencial Al-Rawda, levando móveis e comemorando a queda do governo. A principal liderança rebelde, Abu Mohammed al-Golani, declarou que não havia mais retorno, afirmando que “o futuro é nosso”. A informação foi divulgada pela Agência Reuters.
A rápida virada dos eventos levantou preocupações sobre a instabilidade crescente no Oriente Médio, especialmente após o ataque do Hamas a Israel e a guerra em Gaza.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu considerou que a queda de Assad foi resultado dos ataques de Israel contra o Irã e os terroristas do Hezbollah, enquanto o presidente francês Emmanuel Macron celebrou o fim do “estado bárbaro” na Síria.
Com a vitória rebelde, os novos líderes da Síria enfrentarão a difícil tarefa de reconstruir o país, devastado por mais de 13 anos de guerra civil, que matou centenas de milhares e destruiu cidades inteiras.
A Síria está dividida em várias facções com interesses divergentes.
Há também o risco do ressurgimento do Estado Islâmico, que, no passado, dominou grandes áreas da Síria e do Iraque, realizando operações externas.
O governo dos Estados Unidos está monitorando os eventos, mas ainda não alterou a posição de suas tropas na Síria.
Enquanto isso, a embaixada do Irã em Damasco foi invadida por rebeldes, e o Hezbollah retirou suas forças da Síria. Assad, que não se pronunciou publicamente desde a ofensiva rebelde, fugiu da capital, e seu paradeiro, assim como o de sua família, é desconhecido.
A coalizão rebelde anunciou que continuará o processo de transferência de poder para um governo de transição, com o objetivo de construir uma Síria que represente o povo e seus sacrifícios.