Jovem brasiliense se destaca com produção de bordados artesanais

Foi em sua infância, por volta dos 10 anos de idade, que a brasiliense Gabriela Feitosa começou a compreender e se familiarizar com o extenso universo do artesanato. A jovem, hoje com 21 anos, costumava observar a mãe, uma artesã de mão cheia especializada na confecção de peças em crochê. Esse hábito serviu de inspiração para Gabriela, que rapidamente aprendeu a pintar, fazer crochê, tricô e também a se aventurar na arte do bordado.

À medida que ia crescendo, a brasiliense manteve o hábito de bordar como um hobby até que, no início de 2020, com a chegada da pandemia provocada pela covid-19 e a adoção de medidas preventivas para evitar a proliferação da doença, Gabriela, assim como grande parte da população mundial, foi obrigada a ficar em casa. A jovem mantinha uma rotina agitada. Cursava os primeiros semestres da graduação em contabilidade e também fazia estágio. “Estava incomodada. Fiquei com tédio, literalmente. Não tinha muito o que fazer”, recorda ela.

Com um pouco de material que guardava em casa, Gabriela decidiu fazer um bordado simples e publicou o resultado final em sua conta pessoal do Instagram. Os comentários dos amigos mais próximos logo começaram a surgir e foram extremamente positivos. Surgiram, então, algumas encomendas e a jovem percebeu que poderia fazer do bordado uma fonte de renda extra.

O trabalho de Gabriela Feitosa:

Gabriela criou um outro perfil no Instagram e começou a postar fotos de suas criações na rede. Desse modo, o trabalho foi se tornando conhecido fora do seu círculo de amigos e ela procurou meios de aprimorar cada vez mais o seu trabalho, praticando novas técnicas de bordado. Em meio a essa lida, a jovem conheceu e se encantou pela pintura de agulha, técnica de bordado livre que dá um aspecto de pintura ao ato de bordar, ou seja, proporciona um bordado de aspecto mais realista, com cores, nuances e sombras, como se fosse uma pintura. A técnica remonta estratégias já conhecidas no mundo da ilustração e, por isso, as sombras, o volume e as estruturas têm muito destaque em toda a composição do bordado. “É uma técnica ainda pouco difundida no Brasil, mas que agrada as pessoas, por apresentar um resultado visual muito bom”, explica Gabriela.

Para dominar a técnica, a jovem artesã não precisou fazer nenhum curso. Autodidata desde a infância, Gabriela aproveitou o tempo que precisou ficar em casa por conta da pandemia para assistir a vídeos de artesãs consagradas e para praticar e aprimorar a pintura de agulha.

Gabriela (3ª à direita), ao ser premiada pelos dirigentes do Sebrae-DF,

O resultado de todo esse esforço veio à tona no fim do ano passado, quando a jovem foi eleita umas das vencedoras do 1º Prêmio Brasília de Artesanato, concurso promovido em 2021 pelo Sebrae do Distrito Federal, em parceria com o Banco de Brasília (BRB) e o Governo do Distrito Federal (GDF), como objetivo de reconhecer e enaltecer os artesãos que representam a cultura e diversidade da arte na capital. A premiação também ajudou a valorizar a identidade cultural do DF, evidenciando a região do Cerrado e os monumentos arquitetônicos, assim como a história, identidade e iconografia brasiliense.

Gabriela foi a terceira colocada na categoria iniciante, que reuniu artesãos que estão no início da profissão, com Carteira Nacional Artesanato há menos de três anos. A arte apresentada por ela retrata, em primeiro plano, uma flor e o lobo-guará, maior canídeo silvestre da América do Sul e um dos principais símbolos do Cerrado. Essa parte da bordado foi feita utilizando a técnica de pintura de agulha. Já ao fundo da imagem, a artesã utilizou uma aquarela a base de tinta para tecido para realçar a vegetação do bioma em que o animal vive, caracterizado por árvores com troncos tortuosos, arbustos e gramíneas.

A jovem artesã diz ter sido muito gratificante receber a premiação por estar há tão pouco tempo na área e também por estar ao lado de grandes e experientes artesãos que atuam no DF. Ela também parabeniza o Sebrae por ter promovido a o prêmio em um momento difícil para o segmento. “Essa iniciativa do Sebrae no DF foi algo genial, que impulsionou a atividade dos artesãos. Eu tenho o artesanato ainda como um fonte de renda passiva, mas há quem dependa diretamente dessa atividade. Então, iniciativas como a desta premiação, fazem muita diferença no trabalho desses profissionais, pois permite que o trabalho seja realmente mais reconhecido”, garante.

No momento, Gabriela já retornou às suas atividades normais e segue conciliando a faculdade de contabilidade com um estágio na área financeira da Polícia Federal. O artesanato segue como prioridade e ela, inclusive, já tem encomendas para o restante do mês de fevereiro e para o mês de março.

A expectativa da jovem, no entanto, é melhorar cada vez mais a sua produção por meio do apoio que está recebendo do Sebrae no DF. Como parte da premiação do 1º Prêmio Brasília de Artesanato, ela iniciará uma consultoria que a apoiará no desenvolvimento de coleções criativas. Além disso, Gabriela já concluiu cursos online para aprimorar a gestão financeira de seu negócio, bem como a comunicação e o relacionamento com seus clientes. O objetivo da artesã é ganhar diferencial competitivo dentro do segmento de artesanato do Distrito Federal.

Serviço – Gabriela Bordados

Instagram: @sempregabrielabordados

WhatsApp:   61 9 8129-2385