Primeiras impressões: Renault Stepway, um aventureiro para andar na selva urbana
O modelo deixa de ser uma configuração do Sandero para ser uma versão própria
Campinas (SP) — Na última semana, a Renault apresentou a nova linha da família Sandero. Entre diversas novidades, uma delas é a “emancipação” do Stepway, que deixa de ser uma opção do hatch para ser uma versão própria com três configurações distintas.
Outra grande novidade é o fim — finalmente — da transmissão automatizada de embreagem simples. A partir de agora, a Renault utiliza o câmbio CVT nos seus modelos compactos. Andamos na versão topo de linha do Stepway, a Iconic, equipada com a caixa automática e que sai por salgados R$ 73.090.
As lanternas, em LED, avançam pela tampa do porta-malas.
Visualmente falando, as principais novidades do Stepway focaram a carroceria. Na dianteira, apenas o estilo da grade superior foi mantido, todo o resto foi redesenhado. Os faróis ganharam luz de circulação diurna (DRL) em LED e o overbumper do para-choque está maior. As lanternas, também em LED, estão mais elegantes e avançam pela tampa do porta-malas.
Por dentro, as mudanças foram bem mais discretas. De novo, apenas o desenho dos bancos, do volante e detalhes claros nas portas e nos bancos. No mais, tudo igual, o que é uma pena. Pois a cabine não conversa com a carroceria, que ficou mais elegante. O visual interno, principalmente da região da central multimídia, poderia ter sido atualizado também.
Rodas de liga leve em duas tonalidades.
No mais, mesmo sendo um hatch — no caso, um aventureiro — compacto, o Stepway conta com um bom espaço interno, um dos destaques da família Sandero. Quatro adultos conseguem viajar confortavelmente, um quinto sempre gera aperto. O porta-malas de 320 litros é generoso.
Continuamente variável
O câmbio CVT é um dos mais silenciosos do mercado.
Uma das grandes novidades da família Sandero é a transmissão CVT. A caixa, herdada da parceria com a japonesa Nissan, funciona muito bem, dentro da proposta deste tipo de câmbio. Por não haver trocas, a aceleração é confortável e sem trancos e, ao contrário de outros modelos, pouco ruidosa. A Renault trabalhou muito bem no isolamento acústico da peça.
Transmissões do tipo CVT, normalmente, são lentas — afinal de contas ela é contínua variável — e barulhentas. A Renault conseguiu eliminar o segundo ponto. O câmbio da família Sandero é extremamente silencioso, mostrando que a francesa trabalhou bem no sistema.
Interior com pouquíssimas mudanças.
Por ser continuamente variável, o foco da transmissão não é a esportividade, longe disso. No trânsito do dia a dia na cidade, ela irá responder muito bem, de forma confortável e sem problemas. O porém aparece na estrada, é preciso ter cuidado na hora de realizar uma ultrapassagem e até nas saídas e retomadas de velocidades. Mas isso não é um defeito da caixa da Renault, é algo que ocorre com todo câmbio do tipo.
O resto do conjunto mecânico não teve novidade. Até porque, a Renault apresentou motores novos há pouco tempo, cerca de dois anos atrás. O Stepway conta apenas com a opção mais potente, que usa o 1.6 de 118 cavalos e 16kgfm de torque. Com o veículo vazio, o propulsor atende bem, principalmente na cidade.
A suspensão é 45mm mais alta.
A suspensão elevada, 45mm mais alta que o Sandero normal, garante uma altura de solo de 185mm, o que facilita a condução e otimiza o conforto a bordo, principalmente em vias esburacadas, cheias de desníveis e remendos que temos Brasil a fora.
Altos e baixos
Bancos de couro apenas na topo de linha, a Iconic.
O Stepway Iconic é bem equipado, mas poderia ser melhor, principalmente pelo alto valor pedido pela Renault, R$ 73.090. Na parte do conforto, ele vem apenas com ar-condicionado automático, bancos em couro, sensores de chuva e crepuscular e central multimídia com tela de sete polegadas.
Um ponto positivo (da família toda) são os quatro airbags, o Isofix e o DRL de série desde a versão de entrada. Além disso, na parte da segurança, ele ainda conta com sensor de estacionamento traseiro, controle de estabilidade, assistente de partida em rampa, piloto automático e câmera de ré.
Motor 1.6 de 118 cavalos.
Os poréns ficam pela ausência de velocímetro digital, o painel de instrumentos é bem simples, sem nada demais. O ar-condicionado também poderia ser digital. A central multimídia é um caso à parte. Mesmo sendo funcional, poderia ter sido atualizada e ter uma porta USB a mais, só tem uma.
A opinião do Diário Motor
Luz de circulação diurna em todas as versões.
Visualmente, o Stepway melhorou bastante, principalmente na carroceria. O fato dele se tornar um modelo independente, mostra que a Renault está dando mais valor para os aventureiros. O ponto alto são os itens de segurança — quatro airbags, Isofix e DRL — de série. A francesa tem focado bem neste quesito.
O câmbio CVT é outro ponto forte do modelo, principalmente pela ausência de ruído, muito comum neste tipo de transmissão. O trabalho da montadora no isolamento acústico foi exemplar. No mais, a caixa trabalha bem como qualquer outra do tipo.
Como quase todo veículo no Brasil, o preço é um dos principais fatores negativos do Stepway Iconic. Os mais de R$ 73 mil pedidos pelo aventureiro é exagerado. A Renault poderia ter trabalhado melhor na cabine, atualizado mais o visual e os equipamentos presentes. Mesmo assim, vale o teste drive com possível compra. Nota 7!
Ficha Técnica Stepway Iconic
Renault Stepway 2020.
Motor: 1.6
Potência máxima: 118cv
Torque máximo: 16kgfm
Direção: eletro-hidráulico
Suspensão: independente na dianteira e eixo de torção na traseira
Porta-malas: 320 litros
Dimensões (A x L x C x EE): 1.630 x 1.730 x 4.070 x 2.590mm
Preço: R$ 73.090
Viagem a convite da Renault