Mercado automotivo

Crise na Argentina faz montadoras revisarem projeções no Brasil

A estimativa da Anfavea era de um crescimento de 9% em 2019, agora, a expectativa é que o setor cresça 2%

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Veículos preparados para exportação no Porto de Paranaguá. Foto: Ivan Bueno/Fotos Públicas

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revisou de 9% para 2% a estimativa de crescimento na produção de veículos em 2019, em comparação com 2018. A projeção inicial, divulgada em janeiro, era que neste ano fossem fabricadas mais de 3,1 milhões de unidades. No entanto, o número previsto anunciado hoje (7) é de 2,94 milhões.

A estimativa de vendas também caiu de 11,4%, no início do ano, para 9,1%. A projeção é que sejam emplacados 2,8 milhões de veículos em 2019. As exportações tiveram o maior recálculo.

A expectativa inicial era de estabilidade no patamar de 620 mil unidades vendidas para fora em 2018. No entanto, a previsão agora é que as exportações tenham queda de 33,2% neste ano, com a comercialização de 420 mil veículos no mercado externo.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a crise econômica na Argentina é o principal fator que determinou a revisão das estimativas. “O efeito Argentina é o mais relevante ajuste na previsão da Anfavea”, enfatizou hoje na apresentação do balanço do setor. Deixaram de ser vendidas 170 mil unidades que as montadoras esperavam enviar ao país vizinho.

Os problemas econômicos argentinos devem, na avaliação de Moraes, seguir impactando nas exportações brasileiras em 2020. “A Argentina continuará sendo um problema para a indústria em geral, para o setor automotivo em especial”, destacou.

Ele disse que a indústria automotiva tem conseguido abrir outros mercados, mas o volume ainda é insuficiente para compensar as perdas no mercado argentino.

“Nós temos países que estão crescendo [as exportações], como México, Colômbia, Peru. São países importantes, mas não vão compensar a perda que nós temos”, acrescentou.

As exportações acumulam queda de 35,6% de janeiro a setembro, com 337,5 mil unidades vendidas para o exterior. Em comparação com setembro de 2018, os 36,6 mil veículos exportados no último mês significam uma retração de 7,1% na comercialização para o mercado externo. (ABr)

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