Democracia e impostos

Lira defende fazer ‘Reforma possível’ e vê ambição como biombo para não avançar

Presidente da Câmara usa metáforas para justificar fatiamento da Reforma Tributária

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Presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Arquivo/ Reprodução/TV Brasil
Presidente da Câmara, Arthur Lira. Foto: Arquivo/ Reprodução/TV Brasil

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) utilizou metáforas em suas redes sociais para justificar indiretamente o fatiamento da Reforma Tributária. Diante das pressões e expectativas por uma tão esperada reformulação do sistema de impostos sobre os brasileiros, Lira defendeu fazer uma “reforma possível” como melhor saída para garantir mudanças. E interpretou que a ambição por um projeto mais amplo seria utilizado como “um biombo para não fazer nada”.

A busca por um avanço possível, de menor tamanho do que as demandas tributárias de que o Brasil necessita foi tratada por Lira como melhor estratégia no momento democrático do país.

Lira enfrenta críticas de especialistas, por adotar a estratégia do fatiamento das mudanças no sistema de arrecadação do Brasil. E passou as últimas semanas articulando as próximas etapas da Reforma Tributária com integrantes do governo de Jair Bolsonaro e com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).

Veja o que disse Lira, nas postagens recheadas de metáforas, em seu perfil do Twitter:

O futebol é um caixinha de surpresas, como diz a velha frase. Assim como a condução séria e responsável da vida pública, sobretudo nas crise. Fácil é ficar na arquibancada puxando charangas. Difícil é enfrentar as adversidades, os problemas reais, os desafios, dentro de campo.

Todos os que já viveram essa situação sabem que muitas vezes o “feijão com arroz” pode não ser um banquete, mas é a diferença entre o ideal e o possível. Queremos sempre a maior reforma possível. Mas a melhor nem sempre é a maior, sabemos. A melhor será sempre a possível.

Ainda mais na democracia. Pois os que viveram e governaram no arbítrio dispunham de decretos-leis, ritos sumários e de um Congresso com senadores “biônicos”.

Na democracia, não. Tudo deve ser discutido e o possível, mesmo que menos ambicioso, é melhor do que a ambição que é apenas um biombo para não fazer nada.

E assim seguimos avançando, na democracia, passo a passo. Ouvindo tudo e todos, ouvindo sobretudo os colegiados, as instâncias do Legislativo, sem personalismos. Há duas maneiras de não fazer nada: fazendo nada ou tentando fazer tudo para não fazer nada.

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