Inflação de abril atinge 0,61% com alta de remédios
Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados aumentaram
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), valor de referência considerado da inflação oficial do país, apresentou umaleve desaceleração e atingiu 0,61% em abril, ante 0,71% do registrado em março. Apesar do recuo, o resultado veio acima do esperado por analistas de mercado, que previam inflação na casa dos 0,5% no mês.
A alta acumulada da inflação no ano é de 2,72%, enquanto nos últimos 12 meses é de 4,18%. Em abril do ano passado, a variação havia sido de 1,06%. Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, 12.
Segundo o levantamento, todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados apresentaram alta em abril, com destaque para o segmento de Saúde e cuidados pessoais, que subiu 1,49% e impactou o IPCA em 0,19 p.p.. Isso porque, no final de março, o governo federal autorizou reajuste de até 5,6% no preço dos remédios. Junto com os medicamentos, os preços nos planos de saúde também tiveram alta de 1,20%.
Outro grupo que contribuiu para o resultado de abril foi o de alimentação e bebidas, com alta de 0,05% em março para 0,71%. A principal colaboração foi da alimentação no domicílio, que que teve alta de 0,73% em abril. Tomate (10,64%), leite longa vida (4,96%) e queijo (1,97%) foram os que mais impactaram na alta.
Os itens de higiene pessoal apresentaram desaceleração de 0,76% em março para 0,56% em abril, influenciados, principalmente, pelos perfumes (-1,09%).
A inflação no grupo de transportes desacelerou e teve alta de 0,56%. Em março, a variação havia sido de 2,11%. “Contribuíram para esse resultado a queda de 0,44% dos combustíveis, que haviam registrado alta de 7,01% em março”, afirmou o analista da pesquisa, André Almeida. Apenas o etanol (0,92%) subiu no mês enquanto óleo diesel (-2,25%), gás veicular (-0,83%) e gasolina (-0,52%) tiveram queda nos preços.
Ainda em Transportes, as passagens aéreas subiram 11,97% em abril, após queda de 5,32% em março, e foram o subitem com maior impacto na inflação geral (0,07 p.p.). Já as tarifas de metrô subiram 1,24%, pressionadas pelo reajuste de 6,15% no Rio de Janeiro a partir do dia 12 de abril. O ônibus urbano teve alta de 1,11%. Os preços dos ônibus intermunicipais caíram 0,25%.
Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em abril, com destaque para Campo Grande (0,89%), cujos preços foram pressionados pela energia elétrica residencial (6,11%). Já a menor variação foi registrada em Recife (0,16%), com influência das quedas em gasolina (3,41%) e conserto de automóvel (2,51).