Apicultura

Unidade de beneficiamento de pólen vai concentrar a produção de municípios

Instalada em Taipu, na Região do Mato Grande potiguar, a Casa de Pólen é a segunda do Nordeste. A proposta é fornecer um selo, que abre mercado e agrega valor a um dos principais produtos apícola

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Natal ? Os apicultores potiguares que apostam na diversificação de produtos da cadeia produtiva da apicultura têm motivo para comemorar. O Rio Grande do Norte terá em breve uma unidade de beneficiamento de pólen, que concentrará a produção de municípios da região do Mato Grande e cidades próximas e passa a vender o produto com rótulo próprio. A expectativa é que o selo de inspeção sanitária eleve em 30% o valor do pólen para os apicultores. Resultado de uma parceria entre o Sebrae no Rio Grande do Norte com a prefeitura local, a Casa de Pólen está sendo instalada em Taipu, que fica a cerca de 50 quilômetros de Natal, e a segunda desse tipo no Nordeste. A outra fica em Campina Grande (PB).

A unidade já está praticamente pronta para entrar em funcionamento, inclusive com o maquinário instalado. Falta apenas a última vistoria dos fiscais do Instituto de Defesa e Inspeção Agropecuária do Rio Grande do Norte (Idiarn)), o que deverá ocorrer na próxima semana. ?É um marco para quem atua nesse nicho, porque a unidade legaliza a atividade de comercialização de pólen no Rio Grande do Norte, elimina os atravessadores e agrega valor ao produto?, explica o gestor do projeto setorial da Apicultura no Sebrae-RN, Lecy Gadelha.

A estrutura será encarregada de processar o produto dentro das normas de higiene e segurança alimentar, exigidos pelo mercado, além de abrir canais de comercialização com inserção do pólen em redes de supermercados, lojas de produtos naturais, farmácias e drogarias. A casa de pólen está instalada na comunidade Tabuleiro do Barreto, na zona rural de Taipu, e estará apta a desidratar o pólen recolhido das colmeias nas cidades da região. Apesar de as regiões Oeste e Alto Oeste concentrarem a maior parte dos 3,5 mil apicultores do estado, cuja produção está direcionada à obtenção do mel, o Mato Grande é considerado o maior polo produtor de pólen norte-rio-grandense.

Dados não oficiais dão conta de que, por ano, o Rio Grande do Norte chega a produzir cerca de duas toneladas de pólen. ?Essa unidade trará motivação para o apicultor, que tem mais uma opção de produto para comercializar. Essa diversificação elimina a sazonalidade. Quem produz mel só consegue por dois meses. Produtos, como o pólen, própolis e principalmente a apitoxina, agregam valor a essa cadeia produtiva?, avalia o consultor Mario Melo, que é especializado em apicultura.

Devido às propriedades revigorantes e antioxidantes, que retardam o envelhecimento, o pólen tem alta procura no mercado por possuir os 22 tipos de aminoácidos, entre proteínas, açúcares, lipídios, sais minerais e vitaminas ? principalmente as do complexo B -, além de 11 enzimas.

Beneficiados

A notícia da implantação de uma unidade de beneficiamento de pólen no estado animou o apicultor Célio Lino, que há sete anos produz esse derivado apícola. Célio possui 14 apiários, instalados em Caraúbas, Extremoz, Natal, Touros e Upanema. Dois deles ? os de Natal e Extremoz ? são dedicados exclusivamente à obtenção do pólen e de onde o apicultor consegue 15 quilos de pólen apícola por dia.

Célio Lino comercializa cada quilo por cerca de R$ 45,00 no atacado, mas se o produto fosse fracionado, a lucratividade seria bem maior, já que um pote com 100 gramas é vendido em lojas macrobióticas por um custo entre R$ 15,00 e R$ 20,00. ?Sem dúvida, a Casa de Pólen agregará valor ao produto, pois com o rótulo poderei vender o produto de forma fracionada?.

O apicultor é um dos poucos do Rio Grande do Norte que não produz mel e pioneiro na coleta de pólen. Célio dedica-se também a obter os derivados da apicultura com maior valor, como a apitoxina e a própolis. Atividade que proporciona um faturamento médio mensal de até R$ 9 mil. Agora, com a futura abertura da unidade, Célio Lino já planeja elevar a quantidade de coletores de pólen nas colmeias para aumentar a produção.

?Passa também pela questão de oferecer um preço justo para os apicultores com eliminação dos atravessadores?, alega o apicultor Francisco José Pires Lima, que possui sete apiários na cidade de Alto do Rodrigues.

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