Inércia na economia

Indústria do Sul cobra a Alckmin e Lira reforma e neoindustrialização

Integrantes da FIERGS, FIESC e FIEP estão preocupados com a paralisação da economia à espera de rumos do governo de Lula

acessibilidade:
Empresários do Sul saíram confiantes da reunião com Geraldo Alckmin após discutir o fortalecimento da indústria no Brasil. Foto: Reprodução Twitter @geraldoalckmin

Os presidentes da República em exercício, Geraldo Alckmin, e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foram alertados líderes industriais da região Sul do país sobre a necessidade urgente de concretização da reforma tributária e da neoindustrialização do Brasil. As cobranças foram feitas em audiências realizadas nessa quarta (21), em Brasília.

Os presidentes das Federações das Indústrias dos Estados  do Rio Grande do Sul (FIERGS), Gilberto Porcello Petry; Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar; e Paraná (FIEP), Carlos Valter Martins Pedro, cobram ações diante da situação inércia da economia, que espera identificar quais serão os rumos de programas do governo de Lula (PT) e da reforma tributária, para definir seus investimentos.

Após evidenciarem a relevância da indústria para o crescimento e o desenvolvimento do Brasil e necessidade urgente de reforma tributária, os líderes empresariais consideraram positivos os debates com Alckmin e Lira. E ainda trataram de temas como gastos públicos, custos logísticos e política industrial.

“A reunião foi muito satisfatória, o presidente em exercício Alckmin é muito bem preparado, ouve tudo com muita atenção. Manifestamos uma certa preocupação com um pouco de paralisação da atividade econômica à espera de para onde vão andar os programas do governo”, disse Petry, que anunciou que o vice-presidente Alckmin, que também ocupa o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, virá ao Rio Grande do Sul.

Diante de Lira os empresários também defenderam a harmonia e independência entre os poderes e a importância da livre iniciativa. “O Parlamento tem que ser fortalecido, no momento que aprova uma lei, daqui a pouco é modificada pela decisão de um juiz, isso não pode”, afirmou o presidente da FIERGS.

Otimista

Vice de Lula e ministro do Desenvolvimento, Alckmin reagiu demonstrando otimismo com a possibilidade de aprovação da reforma tributária até julho ou agosto, pela Câmara dos Deputados. E voltou a defender o modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) que é a unificação de diversos impostos, ao admitir a necessidade de melhorar a competitividade do Brasil, de reduzir sua carga tributária muito alta, e de salvar a indústria e fazê-la crescer.

Nas redes sociais, Alckmindestacou que “a indústria do Sul do Brasil é forte e diversificada”. Além de afirmar que Lula deve liderar a neoindustrialização brasileira, com o “aproveitamento das capacidades instaladas de nossos parques industriais e a criação de novas oportunidades para o setor produtivo, gerando empregos qualificados”.

Renda, arrecadação e emprego

No encontro com Alckmin, os líderes da FIERGS, FIESC e FIEP exaltaram o potencial da Região Sul, que detém o segundo maior produto interno bruto (PIB) regional do País, com R$ 1,3 trilhão. O desempenho da indústria do Sul representa 25,3% do total do PIB da região, e garante a segunda maior arrecadação federal regional, com R$ 311,1 bilhões. Além disso, destacaram que a região detém a menor taxa de desemprego regional, de 5%, e a segunda maior movimentação portuária do país.

“As diretrizes da Reforma Tributária apresentadas ao Congresso Nacional vão ao encontro do que defendemos: a simplificação do sistema tributário e alinhamento do Brasil ao que tem sido praticado internacionalmente. Atualmente, o Brasil conta com um dos mais caros e complexos sistemas tributários do mundo, dispondo da segunda maior carga tributária entre os países da América Latina. A alta cumulatividade que envolve o sistema tributário brasileiro penaliza o setor industrial”, ressaltou Petry.

“Conversamos muito sobre a Reforma Tributária, trouxemos as nossas preocupações e sugestões de melhorias. Certamente que o setor produtivo quer uma Reforma Tributária urgente, mas que não venha com elevação de carga tributária. Esse é o grande tema que defendemos. Precisamos da reforma porque ela dará competitividade para o Brasil, mas não poderá, em hipótese alguma, ter aumento de carga”, afirmou o presidente da FIESC.

“Alckmin demonstrou confiança na aprovação da Reforma Tributária, que é uma esperança da indústria como um todo. Fizemos um ato de apoio da região sul do Brasil ao projeto e o ministro colocou uma confiança de que o caminho está sendo trilhado”, concluiu Mario Cezar de Aguiar.

Representaram o Rio Grande do Sul, além de Gilberto Porcello Petry: Mauro Bellini (Marcopolo), Daniel Randon (Grupo Randon), Mauricio Harger (CMPC), José Agnelo Seger (Grupo Herval e iPlace), Erasmo Battistela (setor de biocombustíveis), Claudio Bier (Masal), além de Francisco Turra, ex-ministro da Agricultura e Abastecimento do governo de Fernando Henrique Cardoso.

Reportar Erro