Americanas finalmente admite fraude bilionária
Comunicado ao mercado aponta "fraude" de ex-funcionários, incluindo o CEO, mas isenta o conselho de administração
A Americanas admitiu pela primeira vez, nesta terça-feira (13), que uma fraude provocou o rombo bilionário nas contas a empresa, que tem ações vendidas na Bolsa de Valores. Em comunicado de fato relevante ao mercado, a empresa diz que a investigação independente (obrigatória após a descoberta do buraco estimado em R$50 bilhões) apontou que “as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”.
A empresa aponta os ex-funcionários responsáveis pela fraude: o ex-CEO Miguel Gutierrez, os ex- diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e os ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes.
O comunicado, entretanto, não aponta responsabilidade do Conselho de Administração da empresa, cujos membros estão entre os maiores beneficiados com os dividendos milionários baseados em números falsos, dados fraudados, superestimados, como admitiu a própria Americanas. Os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira não são mencionados.
“Os documentos que deram origem ao relatório demonstram ainda os esforços da diretoria anterior das Americanas para ocultar do Conselho de Administração e do mercado em geral a real situação de resultado e patrimonial da Companhia”, diz o comunicado.
A fraude, diz a empresa, foi apontada em contratos de verba de propaganda cooperada e instrumentos similares e ocorreu “ao longo do tempo”, sem mencionar qualquer data específica. O motivo pelo qual o rombo não foi encontrado antes, diz o comunicado, foi a “indevida contabilização de operaçãoes”.
As investigações continuam e valores ainda serão atualizados.