Testamos a Ford Ranger Black, uma picape voltada para a cidade
A versão urbana da caminhonete conta com o motor diesel de entrada da marca, lista de equipamentos interessante, mas apenas tração 4x2
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Nos últimos tempos, as montadoras estão apostando cada vez mais em veículos com visual totalmente escurecido. Uma das últimas a adotar o estilo foi a Ford com a Ranger. A picape ganhou a configuração Black recentemente, apesar do modelo ter surgido pela primeira vez como conceito no último Salão do Automóvel de São Paulo, realizado em 2018.
Na época, a montadora utilizou a mostra paulista para “medir” a resposta do público diante de um novo modelo. O resultado, apesar de demorar mais de dois anos, foi satisfatório, já que a americana realmente lançou a versão no mercado brasileiro.
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A picape média tem visual todo escurecido.
No entanto, com o lançamento, uma coisa chamou a atenção, a Ford foi para um lado totalmente contrário do uso natural de uma picape. A Ranger Black, nosso Teste da Vez (R$ 205.190), foca em quem roda predominantemente na cidade, pois ela não conta com tração nas quatro rodas, algo raro de se ver em uma caminhonete média.
Outro fator incomum, é que a Black se baseia na configuração de entrada com câmbio automático da Ranger, normalmente essas versões diferenciadas focam as opções topo de linha. Com isso, além da tração 4×2, ela conta com o menor motor diesel da marca, o 2.2.
“Darkside”
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O logo poderia receber o acabamento em preto também.
Apesar de não ser novidade no mercado automotivo nacional como um todo, o estilo todo escuro — ou quase — é algo novo dentro da Ford, pelo menos no Brasil. A picape ganhou acabamento interno e externo quase todo em preto, além de itens visuais exclusivos.
Falamos quase porque, por fora, faltou escurecer o logo da marca e por dentro o teto e as colunas são claras, esse é o erro mais gritante do visual, que é bem interessante, baseado na atual geração da picape. Fosse a cabine toda escura, o estilo conversaria melhor com a proposta, pois acaba ficando estranho, uma parte clara e todo o resto escurecido.
![Ford Ranger Black](https://uploads.diariodopoder.com.br/2021/10/2b964421-batch_img_20210629_115248.jpg)
O acabamento interno é bom, mas faltou escurecer o teto e as colunas.
Apesar do deslize das cores, a cabine é bem acabada, sem qualquer peça mal encaixada ou com rebarba aparente. Como as outras versões da Ranger, o espaço é generoso até para quatro passageiros, um quinto não chega a sofrer, mas sempre gera apertos desnecessários.
Outro fator interessante, este positivo, é que, mesmo seguindo o padrão estético da atual geração da Ranger, a Black conta com detalhes próprios, como o rack de teto e o santo antônio diferenciado, além da capota elétrica (que é um opcional, mas que foi de série nas primeiras unidades de lançamento).
Boa de entrada
![Ford Ranger Black](https://uploads.diariodopoder.com.br/2021/10/28dd4cf2-batch_img_20210629_114637.jpg)
A lista de equipamentos é interessante.
Como falamos, a Black é baseada nas versões de entrada da Ranger. Mesmo assim, a picape conta com uma boa lista de equipamentos. Ela vem com sete airbags, controles de tração, estabilidade, oscilação de reboque, anticapotamento e adaptativo de carga e assistentes de partida em rampa e de frenagem de emergência.
Na parte da comodidade, ar-condicionado dual zone, piloto automático, central multimídia com tela de oito polegadas e conexão com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro, bancos de couro e FordPass Connect, que, entre outros, permite travar e destravar as portas e dar partida no motor de forma remota, além de apontar a localização do veículo.
![Ford Ranger Black](https://uploads.diariodopoder.com.br/2021/10/99779428-batch_img_20210629_115908.jpg)
A capota rígida é bem útil e mais segura, mas “rouba” espaço.
A versão testada ainda contava com três acessórios (protetor de caçamba, capota rígida elétrica e rede porta-objetos), que foram ofertados durante o lançamento como um kit opcional, mas que podem ser adquiridos separadamente, ou juntos, nas concessionárias da marca.
O mais interessante deles é a capota elétrica, além de ser acionado por um controle, ela tranca, o que melhora a segurança, sem falar na facilidade de abrí-la ou fechá-la. O único porém, é que a parte onde ela fica guardada acaba “roubando” espaço na caçamba, o que pode atrapalhar na hora de carregar algum objeto grande.
Falta força
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O motor 2.2 é bom para cidade mas falta força na estrada.
Quando a Ford falou que a Black é uma picape mais urbana, não esperávamos que ela também não se desse muito bem na estrada, mesmo asfaltada. Durante nosso teste, rodamos quase 900 quilômetros com a picape, boa parte disso em rodovias. O grande porém é que, falta fôlego ao motor 2.2 de 160 cavalos e 39,2kgfm de torqe, principalmente quando cheia.
Na estrada, quando em alta velocidade, as retomadas são bem mais lentas. Manobras como ultrapassagens precisam de mais atenção e cuidado por parte do motorista. Em vias onde a máxima passa longe dos 120km/h das rodovias, ela trabalha melhor. Ou seja, em baixa, o propulsor consegue atuar de forma mais precisa.
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O câmbio automático trabalha bem e de forma confortável.
Com isso, é realmente na cidade que ela se mostra melhor. O torque é bom, o que permite saídas seguras. O câmbio automático também trabalha bem, com trocas sem trancos. Outro ponto positivo é o conjunto de suspensão, seja na cidade ou na estrada, quem vai atrás não sofre, como de costume em veículos do porte. O rolar é macio e confortável, nem parecendo de uma picape média.
Uma das justificadas da Ford de utilizar o propulsor 2.2, e não o poderoso 3.2 de 200 cavalos, na Black foi o foco no consumo. Segundo a marca, o motor menor é mais econômico. E ele realmente foi. Quando testamos a Storm, que utiliza a caixa mais forte, ela fez 8,2km/l, a Black fechou com 9,2km/l, tendo picos de quase 10.
A opinião do Diário Motor
![Ford Ranger Black](https://uploads.diariodopoder.com.br/2021/10/620df9f9-batch_img_20210629_115439.jpg)
Ford Ranger Black.
É sempre estranho quando um veículo tenta fugir de sua proposta inicial. E isso acontece com a Ranger Black. Pensada para um público urbano, a picape é voltada para quem precisa de uma caçamba generosa, mas que não faz questão do 4×4 pois não irá utilizar a caminhonete em vias sem ser de asfalto.
Pensando assim, a Black atende bem a nova proposta, pois para rodar apenas na cidade — incluindo pouco uso em rodovias também –, ela vai bem. A lista de equipamentos é boa para um modelo quase de entrada e o consumo, quando comparado com motores maiores, é relativamente bom.
![Ford Ranger Black](https://uploads.diariodopoder.com.br/2021/10/07b6b6bb-batch_img_20210704_102450.jpg)
A caçamba tem várias utilidades, até ajudar em um piquenique.
O preço, como tudo, está exagerado, mas a Ford foi um pouco além. Lançada no fim de março, ela custava já salgados R$ 179.990, ou seja, um aumento de quase 15% em seis meses. Mas como tudo está caro, se você precisa de uma caminhonete e não se importa dela não ser 4×4, a Black vale o teste com possível compra! Nota: 7.
Ficha Técnica
Motor: 2.2 diesel
Potência máxima: 160cv
Torque máximo: 39,2kgfm
Direção: elétrica
Suspensão: independente na dianteira e eixo transversal na traseira
Freios: a disco nas quatro rodas
Capacidade de carga: 1.009kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.848 x 1.860 x 5.354 x 2.261mm
Preço: R$ 205.190