Ram apresenta a primeira picape da marca feita no Brasil, a Rampage
A caminhonete do bode chega com conjunto mecânico poderoso para incomodar todas as rivais, de intermediárias a médias
São Paulo (SP) – Desde 2009 a Ram segue “carreira solo” como marca própria. Derivada da Dodge, a americana foca nas picapes de números exagerados, seja no tamanho, força, potência ou preço, como é no Brasil. Se o início foi conturbado, principalmente por conta da crise mundial que assolou o segmento automotivo, o mesmo não podemos dizer dos dias atuais.
A marca foi adquirida pela Fiat (junto com Chrysler, Jeep e a Dodge), o que deu origem ao grupo FCA, mas ficou um pouco escanteada no início, com a ítalo-americana focando principalmente na Jeep. Com a montadora das sete fendas indo bem, o conglomerado passou a “olhar com outros olhos” para a marca do bode e, com isso, novos produtos surgiram.
Aqui no Brasil, a Ram sempre foi sinônimo de status – e garagem folgada – por conta da gigantesca e luxuosa 2500, que durante muito tempo foi o único produto da marca por aqui. Mas como falamos, as coisas mudaram e, após seguidos lançamentos (1500 Rebel e Limited, 3500 e Classic) a americana dá o passo mais ousado de sua história em solo brasileiro ao apresentar a Rampage.
A mais nova picape do mercado, e primeira da montadora a ser produzida no Brasil (na planta de Goiana, em Pernambuco), acaba de ser apresentada e promete bagunçar de vez o segmento de caminhonetes, das intermediárias às médias. Disponível em três versões com duas motorizações distintas, mas ambas 4×4 integral, a Rampage vai de R$ 239.990 a R$ 269.990, a pré-venda inicia nesta quinta-feira (22) e ela chega oficialmente as lojas da marca em agosto.
Genética forte
Apesar de monobloco, ela utiliza a mesma plataforma do primo Jeep Commander, no porte, a Rampage lembra muito outra picape icónica do grupo produzida no Brasil, nos tempos de Dodge ainda, a Dakota. A novidade tem medidas que se confundem tanto com as intermediárias, como com as médias, se fosse uma lutadora, seria uma “meio-médio”.
No visual, a Rampage mostra ser uma legítima Ram, com detalhes que lembram as irmãs maiores. E cada versão conta com um estilo próprio. A Rebel, de entrada, tem uma vocação mais off-road, com grade que lembra a da 1500 e acabamento escurecido em preto e grafite. A Laramie remete às 2500 e 3500, com grande gigante e muito cromado.
Mas a brasileira tem uma versão que pode chamar só de sua, a esportiva R/T, da famosa sigla “road/track”, vista em muitos Dodges e Chryslers ao longo da história. Ela mescla componentes na cor da carroceria e em preto brilhante, com destaque para as grandes faixas no capô e para o emblema da versão nos para-lamas traseiros, rodas e na grade.
Nas três, os faróis, que são full LED, conversam bem com o desenho da grade, mesmo elas sendo diferentes. As lanternas, também em LED, trazem um charme a mais e impossível de “desver”, quando iluminados, os grafismos remetem à bandeira dos Estados Unidos, com listras vermelhas e a luz de ré formando o retângulo das estrelas.
Por dentro, a assinatura luxuosa da Ram segue firme. Os bancos foram inspirados em móveis premium, e o acabamento utiliza materiais nobres como couro perfurado, couro sintético e suede (este, exclusivo da versão R/T, que também conta com costuras vermelhas para incrementar ainda mais o visual esportivo).
Visualmente falando, a cabine é idêntica para todas as versões, mudando apenas a cor e o material do acabamento. O destaque do interior fica pelas gigantes telas da central multimídia, de 12,3 polegadas, e do painel de instrumentos 100% digital de 10,3 polegadas. O ar-condicionado dual zone com saída para a traseira é um charme que pouca picape tem.
A caçamba também recebeu cuidados especiais. Nas três versões a área de carga é completamente revestida com material protetor. Além disso, a tampa tem abertura elétrica pela chave e amortecimento, para baixar com suavidade e facilitar o levantamento, além de iluminação interna também em LED. O deslize fica pela ausência da capota marítima de série, é um acessório.
Força bruta
A Rampage utiliza dois conjuntos mecânicos, que alteram apenas o motor. Em todas as versões a transmissão é a automática de nove velocidade com seletor giratório e opção de trocas por meio das borboletas no volante, aliada a direção elétrica e tração 4×4 automática (integral) com opção de reduzida.
Um fator interessante é que, fugindo completamente do comum do mercado de picapes no Brasil, tanto na Rebel, quanto na Laramie, a motorização diesel é a de entrada e custa menos do que a à gasolina. Ela utiliza o conhecido 2.0 turbodiesel de 170 cavalos e 38,8kgfm de torque presente nos primos Jeep Compas e Commander e na prima Fiat Toro.
O grande astro do conjunto mecânico é o propulsor Hurricane 4, o mesmo que equipa o Jeep Wrangler. O poderoso motor 2.0 turbo a gasolina gera impressionantes 272 cavalos e 40,8kgfm de torque, o que torna a Rampage a picape mais potente produzida no Brasil.
Na versão R/T, que utiliza apenas este conjunto, ele é capaz de levar a pernambucana do zero aos 100/h em apenas 6,9 segundos, com velocidade máxima de 220km/h. As opções com o poderoso Hurricane 4 contam com escapamento duplo, de som diferenciado na R/T e modo esportivo que torna mais rápidas as respostas do acelerador e da direção.
Completa de série
Outro detalhe interessante é que, a nível de equipamentos, todas as versões são praticamente idênticas, alterando apenas o motor e o visual entre cada uma delas. E a lista de itens de série é tão generosa quanto às dimensões de uma legítima Ram.
A Rampage vem com sete airbags, controle de tração e estabilidade, mitigação de rolagem da carroceria, farol alto automático, alertas de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência e detecção de pedestres e ciclistas e de saída de faixa com correção, detecção de tráfego traseiro cruzado e freio de estacionamento eletrônico com auto hold
Ela ainda conta com monitoramentos da pressão dos pneus e de ponto cego, piloto automático adaptativo com Stop&Go, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, de chuva e crepuscular, câmera de ré, retrovisor eletrocrômico e auxiliares de partida e de descida em rampa.
Na parte da comodidade, as telas digitais, carregamento e central multimídia com conexão sem fio com possibilidade de conectar até dois aparelhos, wi-fi embarcado, seis portas USB, banco do motorista com ajustes elétricos, o ar dual zone com saída para a traseira e chave sensorial com partida remota.
Assim, além do visual, a Rebel utiliza pneus A/T 235/65 R17, a turbo diesel parte de R$ 239.990. Com motor Hurricane 4, ela sai por 249.990 e ganha o escapamento duplo e o modo Sport. A Laramie tem revestimento interno em couro marrom e externo cromado, ela parte dos mesmos R$ 249.990, e com o motor a gasolina sai por R$ R$ 259.990.
A topo de linha é a única que conta apenas com a motorização à gasolina. Ela parte de R$ 269.990 e ganha revestimento interno de couro e suede com costuras vermelhas, modo R/T, suspensão esportiva e teto em preto brilhante.
Como opcional para as três versões, há o Pack Elite que acrescenta luz ambiente, som premium da Harman Kardon e banco do passageiro com ajustes elétricos, por R$ 6 mil. Em breve, publicaremos as primeiras impressões da mais nova picape do mercado nacional, um spoiler, a concorrência que se cuide.
*Viagem a convite da Ram