Primeiras impressões Nissan Frontier Pro-4X: robusta e tecnológica
Fomos até Misiones na Argentina, conhecer de perto todas as mudanças da picape japonesa repleta de tecnologia
Puerto Iguazú, Misiones, Argentina – Na última semana, a Nissan apresentou a renovada Frontier. A picape japonesa produzida em Córdoba, na Argentina, recebe o primeiro facelift de meio de vida da atual geração, a quarta, lançada em 2017.
Para tentar fazer frente às rivais, a montadora deixou a caminhonete média ainda mais tecnológica, com visual renovado e impactante, principalmente na versão que tivemos contato durante o lançamento, feito no país vizinho, a Pro-4X (leia-se “pro-for-exi”), uma das novas opções topo de linha.
A primeira impressão é que, finalmente, uma montadora resolveu adotar uma versão ainda mais focada no off-road baseada na configuração topo de linha. Até então, a moda – criada pela própria Nissan e seguida por Ford e Chevrolet – era criar uma opção com estilo voltado para o fora de estrada, mas com equipamentos intermediários, como a Attack, que permanece na linha.
No primeiro contato com a nova versão, podemos perceber que sim, há espaço para versões mais focadas no off-road, com visual agressivo, e com equipamentos topo de linha. E, nisso, a Frontier Pro-4X não faz feio, pelo contrário, é uma das mais bem equipadas do mercado. O pecado, como sempre, é o preço, afinal, são insanos R$ 314.590.
Estilo próprio
Por ter uma pegada ainda mais aventureira, a Frontier Pro-4X elimina um aspecto que vem dominando as picapes médias – e outros veículos topo de linha –, o excesso de cromado. Como sempre afirmamos, gosto é algo pessoal, mas é – quase – indiscutível que a caminhonete fica melhor sem aquele amontoado de material em cromo.
O grande destaque da Pro-4X é o visual frontal. A grade foi completamente reformulada, com desenho muito mais robusto e, como falamos, sem nenhum detalhe cromado. A peça é toda em preto, assim como os protetores dos para-lamas (que são alargados), dos espelhos retrovisores, maçanetas, rack de teto e estribos.
A grade conversa bem com o volumoso capô e com os, belamente desenhados, faróis em LED, outro destaque da dianteira da picape. A luz de circulação diurna forma uma espécie de “C” em volta das lâmpadas principais, que contribuem com o embelezamento da caminhonete. A lateral não mudou muito e, na traseira, a novidade é o degrau no para-choque.
Um ponto controverso é o santo-ântonio. A unidade que testamos é voltada para o mercado argentino. Lá, a peça é de série, por aqui, será acessório, com três opções diferentes, o que beira o absurdo, já que estamos falando de uma picape de quase R$ 315 mil, custava ser de série por aqui também?
Ao contrário da carroceria, a cabine foi apenas levemente redesenhada. A principal mudança focou no volante, que é totalmente novo, com destaque para o logo da marca, com o nome em vermelho no fundo preto. Outra novidade é o painel de instrumentos, que conta com uma tela TFT de sete polegadas, única na categoria.
Como é uma versão com foco ainda mais aventureiro, a Pro-4X conta com diversos adesivos alusivos à versão. Sem falar nas formas diferentes de “escrever” o nome da picape, na ponta superior da grade dianteira e na parte inferior da tampa da caçamba, ambas com grande destaque.
Topo das topos
A Frontier é uma das picapes médias mais completas do mercado, briga equipamento a equipamento com as rivais. Inclusive, a japonesa conta com diversos itens exclusivos, que não são vistos nas concorrentes, seja de conforto ou segurança, o que eleva ainda mais a qualidade da caminhonete.
A Pro-4X vem com ar-condicionado digital dual zone com saída para o assento traseiro, banco do motorista com ajustes elétricos, central multimídia com tela de oito polegadas, quatro portas USB, chave sensorial, partida por botão, teto solar, painel de instrumentos com tela colorida em TFT de sete polegadas e retrovisores com rebatimento elétrico
Na parte da segurança, ela conta com piloto automático, seis airbags, auxiliares de partida e de descida em rampa, controles de tração e estabilidade, câmeras 360º, protetor de motor, sensores de chuva, crepuscular (com assistente de altura e intensidade dos faróis) e de estacionamento traseiro e o Nissan Safety Shield, o principal destaque da picape.
Ele agrega alerta avançado de colisão frontal (que monitora dois veículos à frente), assistente de frenagem, monitoramento de ponto cego com acionamento inteligente de freios, assistente de prevenção de mudança de faixa com alerta sonoro, visão 360º com detecção de objetos em movimento e monitor off-road, alertas de tráfego cruzado traseiro e inteligente de atenção do motorista. Faltou apenas o piloto automático adaptativo.
Mantido e bem servido
De todas as mudanças esperadas para a Frontier, uma não se concretizou, na motorização. A picape mantém o motor 2.3 biturbo de 190 cavalos e 45,9kgfm de torque aliado a transmissão automática de sete velocidades, direção hidráulica (também deveria mudar para a elétrica) e o sistema de tração 4×4.
Mas há algumas novidades, a primeira é a adoção de freios a disco nas quatro rodas. Além disso, a suspensão multilink (única do segmento) foi recalibrada e, para se adequar a motorização ao Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve L7), ela passa a contar com Arla 32, mas estranhamente, se alterar a potência e torque do motor.
Durante o lançamento da picape na Argentina, rodamos basicamente no fora de estrada. Tivemos um breve contato com ela no asfalto. Mesmo assim, foi possível perceber que ela mantém a boa pegada. O motor, apesar de não ser um dos mais potentes do mercado, trabalha bem, assim como o câmbio automático, que não tem trancos nas trocas.
A principal novidade do conjunto mecânico é a recalibração da suspensão. Já diferenciada, os ajustes deixaram o sistema ainda melhor. Aquele “quique” natural de picape foi praticamente extinguido, mesmo com ela vazia. O rolar está mais macio, o que deixa a viagem muito mais confortável e menos cansativa.
Um ponto que deveria ter sido alterado era sobre a direção. A Nissan manteve o sistema hidráulico em vez de trocar pela elétrica, que deixaria o volante ainda mais leve na hora de realizar uma manobra de estacionamento (que é aprimorada graças às câmeras 360º), e mais firme em velocidade, o que otimizaria a segurança na estrada.
Na hora de encarar o fora de estrada, a Frontier Pro-4X trata o terreno como se fosse asfalto. O sistema 4×4, aliado aos pneus AT, fazem com que mesmo as vias mais enlameadas sejam transpassadas com certa facilidade. Um ponto interessante é que, com ele ativo, as câmeras 360º entram em funcionamento automaticamente, o que ajuda ainda mais na hora de passar em trechos mais acidentados ou estreitos.
A opinião do Diário Motor
A Frontier evoluiu bem com o facelift de meio de vida, focando o visual, que está ainda mais robusto, principalmente na novíssima versão Pro-4X, finalmente uma configuração mais aventureira topo de linha. Assim como o design, a lista de equipamentos, que já era boa, melhorou, graças ao Safety Shield, que só pecou pela ausência do ACC.
Bem que a motorização poderia ter sido atualizada também, mas pontos para a nova calibração da suspensão, com rolar muito mais confortável. Na estrada, ela continua mandando bem, assim como no fora dela, com um sistema 4×4 confiável e robusto. O pecado, como sempre, é o preço, são quase R$ 315 mil na Pro-4X.
Mas o mercado inteiro está insano em relação aos preços, tanto que, mesmo neste valor, a Frontier é apenas a quarta mais cara do segmento. Para quem tem intenção de estacionar uma picape média na garagem, ela é uma ótima opção, vale a compra! Nota: 9.
Ficha Técnica
Motor: 2.3 biturbo diesel
Potência máxima: 190cv
Torque máximo: 45,9kgfm
Direção: hidráulica
Suspensão: independente nas quatro rodas
Freios: a disco nas quatro rodas
Capacidade de carga: 1.030kg
Dimensões (A x L x C x EE): 1.860 x 1.850 x 5.260 x 3.150mm
Preço: R$ 314.590
*Viagem a convite da Nissan do Brasil