Nissan desrespeita mais de seis mil clientes com renovação do Sentra
A atual geração do modelo foi lançada há pouco mais de um ano e já passa por um facelift, mas mantém o bizarro freio de estacionamento no pé
Há pouco mais de um ano, em março de 2023, a Nissan lançou a tardia nova geração do Sentra, que deveria ter chegado aqui em 2020 – o modelo foi apresentado lá fora em 2019. Além do atraso, o sedã médio chegou com o ultrapassado motor aspirado e freio de estacionamento no pé. O problema é que, passado pouco tempo, o modelo já foi atualizado.
A marca acaba de apresentar a linha 2025 do Sentra já com o primeiro facelift da atual geração. O que seria algo muito bem-vindo, se a marca tivesse lançado o sedã lá em 2020 e não há um ano e três meses. A escolha mostra apenas que a japonesa não tem respeito com os cerca de 6,2 mil clientes que compraram o Sentra no ano passado e até maio agora.
Para a linha 2025, o sedã mantém as duas versões, Advanced (R$ 156.390) e Exclusive (R$ 176.690), sendo que a topo de linha continua com a opção com interior premium em tom de caramelo, nesta configuração, ele sai por R$ 178.390, ou seja, mais caro do que um BYD King GL e seu poderoso conjunto mecânico híbrido plug-in.
A cada momento, a Nissan está se distanciando do estilo “V-Motion”, no qual apresenta a grande frontal dos veículos com um desenho em “V”. Se no Versa ele foi completamente deixado de lado, no Sentra está quase. O sedã médio quase abandonou por completo o visual, mas ainda conta com duas barras cromadas que, com muita boa vontade, lembram a letra.
Com isso, a grade foi completamente redesenhada, assim como o para-choque dianteiro. Um ponto curioso é que a marca resolveu retirar as luzes de apoio do sedã. Por dentro, ele não mudou nada, inclusive, mantendo o bizarro e ultrapassado freio de estacionamento de pé, quando, lá em março de 2023, já deveria ser do tipo eletrônico.
Outro detalhe arcaico do Sentra é a motorização. Se tivesse sido lançado em 2020 ele já seria considerado ultrapassado, imagina com a renovação em pleno 2024. Enquanto a indústria debate a eletrificação com híbridos ou elétricos, o sedã japonês não chegou nem na era do downsizing com motores turbo.
O Sentra mantém o ultrapassado motor 2.0 aspirado de míseros 150 cavalos e fraquíssimos 20kgfm de torque, aliado à transmissão automática do tipo CVT. Para se ter uma ideia, o mercado conta com propulsores 1.3 turbo que superam os 180 cavalos. A própria Nissan por meio da aliança com a Renault, poderia utilizar a caixa 1.3 turbo de 170 cavalos da francesa.
Entre os itens de série, destaque para alertas avançado de colisão frontal, de tráfego cruzado traseiro, inteligente de atenção do motorista, mudança de faixa, objetos no banco traseiro e de ponto cego, faróis automáticos, monitoramento de pressão dos pneus, seis airbags, assistentes de frenagem e de prevenção de mudança de faixa e controle de chassi.
Na parte da comodidade, ar-condicionado digital dual zone, banco do motorista com regulagem elétrica, chave sensorial, partida por botão, três portas USB, central multimídia com tela de oito polegadas e conexão via Android Auto e Apple CarPlay.
Ele ainda vem com partida remota do motor, painel de instrumentos com display digital de sete polegadas e retrovisores interno eletrocrômico e externos rebatíveis. A Exclusive ganha piloto automático adaptativo, mas sem stop&go, câmera 360º com detecção de objetos em movimento, teto solar e sistema de som premium Bose.