Hyundai e Caoa modificam parceria e sul-coreana assume importação

Até então, os modelos importados da montadora eram de responsabilidade do grupo brasileiro, que passam a ser da própria marca

Desde 1999 o grupo Caoa (nome formado pelas iniciais do fundador da empresa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade) é responsável pela importação de veículos – e pela produção de alguns deles – da Hyundai no Brasil. No entanto, em 2012, a marca passou a operar no país, gerando uma certa confusão no portfólio da montadora por aqui. 

Agora, após 12 anos da sul-coreana operando no Brasil com a linha HB20 e Creta concomitantemente com o grupo Caoa na importação de modelos como Santa Fé, Azera, Elantra, entre outros, as duas empresas atualizam a parceria para a comercialização dos veículos da Hyundai no Brasil. 

Pelo novo modelo de negócio, a subsidiária brasileira da fabricante sul-coreana passa a coordenar desde a importação até a distribuição final de todo o portfólio de veículos Hyundai. A rede de concessionárias da montadora será unificada, oferecendo veículos importados e produzidos no Brasil.

Segundo as marcas, a Caoa terá participação monetária em todas as importações feitas pela sul-coreana e, por meio de sua fábrica em Anápolis (GO), produzirá modelos Hyundai, atendendo a programação estratégica definida pela própria. O grupo brasileiro será remunerado pela disponibilização da linha de produção e por cada unidade produzida.

“A partir de agora, todo o portfólio global da Hyundai passa a ter sua comercialização no Brasil simplificada e agilizada a partir da atualização da parceria entre Hyundai e Caoa, respondendo ao momento atual, de elevada competitividade e crescente eletrificação do setor automotivo, e provendo de maneira mais efetiva a visão da Hyundai de progresso para a humanidade”, afirma Airton Cousseau, presidente da Hyundai Motor Brasil.

Com a rede unificada, haverá 250 concessionárias Hyundai distribuídas pelo país. Todas terão seus contratos de concessão atualizados e vão comercializar e dar manutenção ao portfólio completo de veículos da marca disponível no Brasil, o que inclui também futuros lançamentos. 

A Caoa seguirá com o maior número de concessionárias, com 46 lojas. Com essa quantidade de pontos de venda, o grupo brasileiro continuará a ter a maior participação no volume de veículos Hyundai comercializados por aqui.

“Estamos orgulhosos em anunciar esse novo modelo de parceria que fará tanto a Hyundai quanto a Caoa crescerem. Nossa fábrica está totalmente preparada para receber os novos veículos e estamos comprometidos em contribuir para que a Hyundai alcance novos patamares de vendas. Temos um profundo carinho pela Hyundai, que faz parte da nossa história de sucesso e de nossos projetos futuros”, aponta Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho, presidente da Caoa.

O novo modelo de negócio compreende a produção nacional de veículos da marca em Piracicaba (SP) pela Hyundai e em Anápolis pela Caoa e a importação dos modelos globais, a ser conduzida pela Hyundai com participação da Caoa nos resultados financeiros. O fornecimento de peças de reposição também será controlado pela Hyundai.

A Caoa anunciou recentemente a introdução do segundo turno de produção em sua fábrica e já faz estudos para a ampliação da capacidade instalada com um possível terceiro turno ainda este ano. As ações são parte do plano de investimentos de R$ 3 bilhões da empresa para ampliação e modernização da sua unidade instalada no estado goiano há 16 anos.

A fábrica da Hyundai em Piracicaba, inaugurada em 2012, tem capacidade de produção de mais de 200 mil veículos ao ano, operando em três turnos desde 2013. De acordo com a atualização da parceria, as capacidades de produção das duas plantas serão utilizadas estrategicamente para melhor atender a demanda do mercado nacional e internacional.

Além disso, a sul-coreana foi mais uma montadora a confirmar nova rodada de investimentos no Brasil. Em reunião com o presidente da república, o CEO mundial da Hyundai, Euisun Chung, confirmou investimento de US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 5,5 bilhões) nas operações no país até 2032.