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Com crise e guerra, mercado mundial de veículos cai em 2022

Segundo estudo da Jato Dynamics, no último ano, o mundo comercializou 79,4 milhões de automóveis

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Concessionária Citroën em Paris.
Com crise e guerra, mercado mundial de veículos cai em 2022. Foto: Citroën Paris.

Em 2022, ainda impactado pela crise de componentes, em especial os microchips, e amplificada pela guerra da Rússia na Ucrânia, o mercado mundial de veículos, segundo estudo realizado pela Jato Dynamics, empresa inglesa de consultoria automotiva, caiu cerca de 2% em relação a 2021. 

No último ano, o mundo comercializou 79,4 milhões de veículos, contra 80,7 milhões de 2021. De acordo com o levantamento da Jato, resultados positivos na Índia, Oriente Médio, Sudeste Asiátio e África (que juntos foram responsáveis por 24% do volume global), foram significativos o suficiente para compensar as quedas na América do Norte, Europa e China, que representaram 69% do mercado mundial.

“Essa queda pode ser atribuída a dois fatores principais. Em primeiro lugar, a interrupção contínua da cadeia de suprimentos e a escassez de semicondutores na América do Norte e na Europa, que levaram a uma redução na disponibilidade de novos veículos, enquanto as vendas na China, o maior mercado do mundo, enfraqueceram”, afirma Felipe Munoz, analista global da Jato Dynamics. 

A guerra em curso na Ucrânia também contribuiu para o declínio geral do mercado mundial. Como resultado das sanções, o mercado russo sofreu fortemente com as vendas caindo 59%, o equivalente a aproximadamente um milhão de unidades. 

Em contraste, a demanda na Índia aumentou 24%, com um recorde de 4,37 milhões de unidades. Esses resultados fizeram com que o país ultrapassasse o Japão e se tornasse o terceiro maior mercado automotivo do mundo. Apesar do aumento no volume, foram vendidos apenas 3,1 veículos por mil habitantes, o menor entre os 25 maiores mercados.

“A confiança do consumidor foi reforçada pela economia em recuperação e políticas governamentais de apoio, incluindo incentivos vinculados à produção totalizando US$ 7,5 bilhões nos próximos cinco anos para incentivar as exportações e a introdução de uma nova política de sucateamento de veículos para aumentar a demanda por modelos novos. Os bancos e as instituições financeiras também se tornaram mais complacentes em oferecer empréstimos a taxas competitivas”, aponta Ravi Bhatia, presidente da Jato Índia.

Segundo a consultoria britânica, incentivos financeiros, medidas e benefícios pós-pandemia também ajudaram a impulsionar a demanda no Oriente Médio. Os novos registros de veículos nos seis países do Conselho de Cooperação do Golfo atingiram 2,75 milhões de unidades. 

No mercado africano, o volume aumentou 5,5%, para 1,15 milhão de unidades. Isso foi impulsionado por um aumento de 14% nos registros na África do Sul (o maior do continente. Os países do norte da africano representaram 42% do total do continente, enquanto os do sul, ficaram com 45% (sendo 44% apenas da África do Sul). Em contraste, a África Oriental, Central e Ocidental representaram 4,8%, 1,3% e 6,7% do total, respectivamente.

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