BYD Song Pro amplia leque de rivalidade entre os SUVs

Fomos até São Paulo verificar de perto a mais recente novidade da chinesa, o utilitário médio híbrido chega para ‘bagunçar’ o segmento

São Paulo (SP) – No universo automotivo, é muito comum as marcas terem modelos de porte diferentes com preços aproximados. Quando isso ocorre, vemos opções topo de linha de veículos menores, mais completas, que chegam, e às vezes até superam, o valor das configurações de entrada de modelos maiores, mas não tão bem equipados.

Este tipo de abordagem é uma forma de apresentar um leque maior de opções e maior poder de escolha para os motoristas, que podem, em uma mesma faixa de preço, decidir se adquire um veículo menor, mas com muito mais equipamentos, ou um maior, com menos.

Pegando de exemplo a categoria queridinha do momento, a de utilitários, já há, entre os compactos, modelos que se aproximam ou superam os R$ 190 mil (alguns conseguem ser ainda mais surreais e beiram os R$ 200 mil – alô Honda HR-V). Já os médios, comumente iniciam na casa dos R$ 180 mil. Os valores aproximados são vistos ainda com maior facilidade nas marcas com representante entre os dois tamanhos de SUV.

Agora, algo nem tanto comum, é quando uma montadora decide apresentar um modelo novo, com menos itens, sem ter um abaixo mais equipado, procurando afetar a concorrência e não ela própria, como a BYD acaba de fazer com sua mais recente novidade, o Song Pro, um SUV médio híbrido plug-in com valores próximos a modelos compactos topo de linha. Fomos até São Paulo ver de perto que o novo chinês eletrificado tem a mostrar.

Precificação

A novidade chega para ser o SUV híbrido de entrada da marca por aqui.

O Song Pro chega em duas versões (assim como o irmão King), GL e GS por R$ 189.800 e R$ 199.800. Tecnicamente, ele disputaria espaço com o Toyota Corolla Cross, que bate em R$ 213.010 e com a opção de entrada do GWM Haval H6, a HEV2 (R$ 216.000), outros SUVs médios eletrificados.

Mas com preços menos caros, ele tem valor próximo de versões topo de linha de SUVs compactos. Um deles já citamos, o Honda HR-V, que sai por incrédulos R$ 199.800. Além dele, dos 10 representantes mais vendidos da categoria, outros três chegam bem perto do Song, Volks T-Cross (R$ 190.340), Jeep Renegade (R$ 187.990) e Hyundai Creta (R$ 187.890) e um se aproxima perigosamente, o Chevrolet Tracker (R$ 170.580).

Copia, só não faz igual

Apesar do nome, porte e estilo semelhantes, o Song Pro tem visual próprio.

Na profusão de modelos, a BYD dá uma complica a mais com o uso de nomes parecidos (ou quase idênticos), a única coisa que difere os dois SUVs médios híbridos dela é o “sobrenome”, Plus e Pro, porque o nome é o mesmo, Song. Isso pode levar a pensar que se trata do mesmo veículo, mas a marca afirma que não, que são modelos distintos. 

Além do nome, o visual também é parecido. A principal diferença está na dianteira, o Song Pro conta com visual próprio, inclusive em relação a outros modelos da marca. A grade também é gigante, mas fica um pouco mais discreta por conta dos vincos agressivos do para-choque com acabamento em black piano. 

O aplique na coluna C dá ao modelo uma sensação de ser mais comprido.

Não há cromado pela carroceria, em vez disso, um tom de cinza fosco, mais discreto, visto na parte superior da grade, inferior dos para-choques, saias laterais, molduras das janelas e na peça que vai na Coluna “C”, que deixa o SUV com um visual mais alongado. 

Na traseira, a lanterna tem um desenho mais simples que do irmão, mas com o mesmo filete ligando as duas peças. O para-choque tem acabamento em preto e o spoiler no topo da tampa do porta-malas tem um desenho inédito na marca, com duas reentrâncias.

O bancos são belamente esculpidos e atrás levam dois adultos com conforto.

Por dentro, destaque para a já conhecida tela rotativa da central multimídia, console elevado e painel de instrumentos digital. O acabamento, como em outros modelos da marca, é bem feito, sem rebarbas ou peças mal encaixadas. Os bancos, como de costume, são bem desenhados, apesar que o tom claro pega um pouco, para um veículo familiar.

Falando dos assentos, o banco traseiro leva dois adultos grandes com conforto, um terceiro sempre gera apertos desnecessários, mas se forem três crianças, viajam confortáveis. O porta-malas tem generosos 520 litros, menor apenas que o irmão Song Plus e que o compatriota Haval H6 e maior que rivais puramente a combustão.

Completo, mas nem tanto

A tela rotativa, como sempre, é um destaque da marca.

Durante o lançamento do Song Pro em São Paulo, tivemos contato com a versão topo de linha do SUV, a GS. Em relação aos itens de série, são apenas dois de diferença para a opção de entrada GL: carregador por indução para smartphones e ajustes elétricos para o banco do motorista. No mais, é tudo igual, justamente o grande porém do utilitário.

Como fez no King, a BYD resolveu não adotar o sistema Adas no Song Pro, ou seja, ele não conta com itens como monitoramento de ponto cego, alertas e auxiliares de frenagem e de permanência em faixa, nem piloto automático adaptativo. Pensando em um veículo de R$ 200 mil, mesmo que híbrido plug-in, deveria ter ao menos alguns destes equipamentos.

Além do sistema Adas, faltou também um teto solar.

Assim, ele vem com controles de tração e estabilidade, sistema de distribuição da força de frenagem, auxiliar de partida em rampa, piloto automático, freio de estacionamento eletrônico com função Autohold, monitoramento da pressão dos pneus, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, crepuscular e de chuva, seis airbags, câmeras 360º e faróis full LED.

Na parte da comodidade, ar-condicionado dual zone com saída para a traseira, chave sensorial com sistema NFC, a central multimídia com tela rotativa de 12,8 polegadas e conexão sem fio com smartphones via Android Auto e Apple CarPlay, GPS integrado e internet 4G e painel de instrumentos digital com display de 8,8 polegadas.

Jóia da coroa

O conjunto mecânico é muito bem ajeitado.

O grande diferencial do Song Pro está no conjunto mecânico híbrido plug-in. O chinês é o SUV com esta configuração mais barato – ou menos caro – do país. A versão topo de linha utiliza um motor a combustão e outro elétrico que, juntos, geram 235 cavalos e impressionantes 43kgfm de torque. Ele vai do zero aos 100km/h em 7,9 segundos.

Nesta configuração, o Song se mostra um SUV bem arisco. As acelerações são feitas com facilidade e o alto torque ajuda muito nisso. Assim, basta o mais leve toque no acelerador para fazer o utilitário disparar pelo asfalto. A direção elétrica auxilia muito a condução, sendo firme em alta velocidade e leve em baixa, na hora de estacionar, por exemplo.

O SUV tem uma pegada segura, mas a qualidade do asfalto não ajuda na vida à bordo.

Manobras como ultrapassagens, saídas em velocidade e retomadas são feitas sem qualquer dificuldade, com extrema segurança. O silêncio é absoluto, porque ele prioriza o uso do motor elétrico. Apesar do estilo robusto, ao volante, o utilitário não aparenta ser um trambolho, pelo contrário, o motorista tem sempre o controle do veículo. 

Um porém, que aÍ não é nada culpa do Song em si, é a suspensão. O utilitário utiliza um sistema mais macio, o que não funciona muito no Brasil por um motivo, a baixa qualidade do pavimento. Com asfaltos horrorosos em qualquer parte do país, o SUV acaba repassando as imperfeições das vias mais do que deveria.

Na tomada

Por ser plug-in, a bateria dele pode ser carregada na tomada também.

Para o Song Pro, a BYD escolheu uma bateria blade de 18,3kWh de capacidade. A autonomia total, no padrão brasileiro, apresentado pelo Selo Conpet do Inmetro, pode chegar a 780 quilômetros, o que daria uma média de 15km/l, aproximadamente. Apenas no modo elétrico, ele pode percorrer cerca de 68 quilômetros.

A BYD não revelou o tempo de recarga do SUV – e durante o lançamento não conseguimos aferir este ponto –, mas como é a mesma bateria do King, em um carregador AC de até 6,6kW ele leva pouco mais de três horas para atingir carga total, sem falar que ele também utiliza o motor a combustão para recarregar a bateria.

A opinião do Diário Motor

BYD Song Pro.

O Song Pro chega para fazer a vez de modelo, por enquanto, híbrido de entrada da BYD. Com porte médio e preço que alguns compactos encostam, o SUV é uma boa opção para quem busca dar um passo acima no carro zero e entrar no mundo da eletrificação. Lembrando que este tipo de veículo tem diversos benefícios pelo país, como IPVA reduzido no Rio de Janeiro ou zerado em Brasília ou isento de rodízio em São Paulo capital.

Ou seja, em Brasília, se for parar para pensar, ele fica ainda mais barato por conta da isenção do IPVA. O conjunto mecânico híbrido é bem ajustado, a opção de carregar a bateria na tomada é relevante. O principal ponto é a ausência do sistema Adas. Se para você, não faz muita questão, o Song Pro é uma excelente opção. Mas se faz, como para este que vos escreve, há de se pensar. Vale o teste com possível compra! Nota: 7,9.

Ficha Técnica

Motor: híbrido plug-in

Potência máxima: 235cv 

Torque máximo: 43kgfm 

Transmissão: automática

Direção: elétrica

Suspensão: independente na dianteira e barra de torção na traseira

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 520 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.710 x 1.860 x 4.738 x 2.712mm 

Preço: a partir de R$ 189.800

1/34BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.Em crescente ofensiva BYD lança mais um SUV no Brasil, o Song Pro (fotos: BYD).BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro amplia leque de rivalidade entre os SUV (fotos: Geison Guedes/DP e BYD).BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.BYD Song Pro.

*Viagem a convite da BYD