Saia justa na CPI

Senador mostra filho de Renan, Doria, Dino, Helder etc defendendo cloroquina. Veja vídeo

Vídeo mostra também outros governadores defendendo o mesmo, como Flávio Dino (MA) e Helder Barbalho (MA)

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Governadores articulam "saída política" para evitar depoimentos à CPI. Foto: Guilherme Kardel - Agência Alagoas

O senador Marcos Rogério (RO), que faz parte da bancada governista minoritária na CPI da Pandemia, provocou uma autêntica “saia justa” na maioria oposicionista, na manhã desta quinta (20), ao exibir vídeos de governadores de oposição defendendo o uso de cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento de Covid-19.

Marcos Rogério mostrou vídeos e áudios do governador de Alagoas, Renan Filho, primogênito do relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), e também do governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), além do secretário de Saúde do governador da Bahia, Rui Costa (PT).

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), tentou defender os governadores, afirmando que suas declarações ocorreram no ano passado, e que “a ciência evoluiu rapidamente”.

Anúncio da cloroquina em Alagoas ocorreu em 14 de abril de 2020.

Aziz disse que os fatos são de março de 2020, mas o anúncio de Renan Filho ocorreu em abril.

Marcos Rogério, por sua vez, lembrou que também a defesa do uso do medicamento pelo presidente Jair Bolsonaro ocorreram no mesmo período.

Renan Filho informou, no vídeo divulgado pelo senador democrata, que o medicamento está à disposição de uso, sendo “o médico e a ciência” as autoridades responsáveis pela prescrição do fármaco.

O governador maranhense Flávio Dino argumenta, em vídeo, que a utilização do remédio depende exclusivamente de uma análise técnica e não política. Avisa também que o tratamento de pacientes hospitalizados no estado inclui o uso da substância aliada a outros medicamentos ao que ficou conhecido como “kit Covid”.

Já o secretário baiano Fábio Vilas-Boas garante que o governo entregaria, à época, aos centros de referência estaduais cloroquina para pacientes que precisarem de internação em hospitais integrantes das redes pública e privada.

Helder Barbalho (MDB), governador do Pará, também figura dentre aqueles que garantiram a distribuição da hidroxicloroquina aos pacientes em tratamento contra a Covid. Na gravação, o político cita a grande quantidade do medicamento que fora adquirido pelo estado: 615 mil unidades, além de 940 mil unidades do antibiótico Azitromicina.

Hipocrisia de Doria

Nesse vídeo aparecem também defendendo o uso da cloroquina os governadores do Piauí, Wellinton Dias (PT), e de São Paulo, João Dória (PSDB), como demonstração do que ele chama de “hipocrisia política”.

Nesse vídeo, datado de 6 de abril do ano passado, Doria aparece em uma coletiva tentando atribuir a seu governo a paternidade do uso da cloroquina, na mesma época defendida por Bolsonaro.

Nesse vídeo, Doria se jactava do fato de que teria sido o médico infectologista David Uip, da sua equipe, quem “recomendou” o uso do medicamento ao então ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.

Na sequência, aparece o próprio Uip confirmando que havia participado de reunião de Mandetta com especialistas, durante a qual todos recomendaram ao então ministro da Saúde que fossem distribuídas cloroquina e hidroxicloroquina para todos os hospitais públicos e privados.

Para o especialista, nesta coletiva, o uso do medicamento estaria atrelado, apenas, à decisão individual do médico em prescrever a hidroxicloroquina com o “aceite oficial” do paciente.

Veja o vídeo divulgado no canal do senador Marcos Rogério

 

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