Em novo surto de ‘mimimi’, Maia diz que acabou diálogo com Paulo Guedes
Presidente da Câmara usava assessores do ministro para encaminhar suas 'demandas'
Em mais um surto de “mimimi”, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu oficializar publicamente o rompimento de relações com o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Na verdade, Maia e Guedes não se falam há meses, desde abril, quando o presidente da Câmara chegou a ofender o ministro em declarações públicas.
Desde então, o deputado tem tentado desqualificar a autoridade do ministro, escolhendo interlocutores na equipe econômica de Paulo Guedes para tratar de assuntos que dizem respeito ao titular da pasta.
Desse modo, Maia passou a despachar com secretários do Ministério da Economia, sem explicar qual o seu interesse nessa rotina ou se pretendia com isso influir em suas decisões.
O ministro considera que é ele o interlocutor do Ministério da Economia junto a autoridades dos outros poderes, por isso orientou seus assessores e evitarem esse tipo de contato.
Maia anunciou que passará a tratar com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, sobre votações importantes, como a reforma administrativa, porque Guedes proibiu o diálogo dele com os secretários da área econômica.
O “mimimi”
Rodrigo Maia fez a declaração de rompimento logo após ter recebido a proposta de reforma administrativa do governo das mãos do ministro da Secretaria-Geral, Jorge Oliveira, que representou o presidente Jair Bolsonaro.
O deputado queria Guedes no ato, talvez para que o ministro ouvisse novos desaforos, como ocorreu em outras ocasiões desde que os dois pararam de se falar, em abril.
Enquanto recebia o projeto de reforma, o presidente da Câmara tornou público o rompimento com Guedes alegando que o ministro teria proibido integrantes de sua equipe de despachar com ele.
“Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem (anteontem), a gente tinha um almoço com o Esteves (Colnago, chefe da Assessoria Especial de Relações Institucionais) e com o secretário do Tesouro (Bruno Funchal) para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião”, disse Maia.
“Foi encerrada a interlocução”, esperneou o presidente da Câmara, sem explicar qual o seu interesse em influenciar decisões no Ministério da Economia.