Queiroga destaca que vacina fez cair em 90% casos e óbitos por covid-19
Ministro da Saúde relatou na Universidade de Lisboa as ações do Brasil no combate à pandemia
A queda de 90% no número de casos e óbitos pela covid-19 causada pelo avanço da maior campanha de vacinação da história do Brasil, com a força do Sistema Único de Saúde (SUS) no combate à pandemia, o foco na Atenção Primária e a cooperação internacional para vencer a pandemia foram alguns dos temas abordados pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a conferência “As ações do Brasil no enfrentamento da covid-19” em Portugal. O ministro foi convidado pelo país europeu para ministrar uma aula magna nesta terça-feira (26), na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Com mais de 320 milhões de doses distribuídas e 87%, dos 177 milhões de brasileiros que fazem parte do público-alvo vacinados com a primeira dose, o ministro falou sobre a estratégia do Brasil para aquisição de vacinas, que envolveu parcerias internacionais para o desenvolvimento dos imunizantes. Em 2021, o governo federal encomendou mais de 550 milhões de vacinas, suficientes para imunizar toda a população brasileira com as duas doses.
“Em relação a nossa campanha de vacinação, é bom que se faça aqui uma nota: os esforços para imunizar a população brasileira não são só do ano de 2021. Eles começaram em maio de 2020, através de uma encomenda tecnológica feita a farmacêutica Astrazeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, que desenvolveu a vacina Astrazeneca. O Brasil alocou cerca de R$ 2 bilhões de reais com essa encomenda tecnológica e hoje já é possível produzir vacinas com insumo farmacêutico ativo produzido na Fundação Oswaldo Cruz”, afirmou Queiroga.
Nesta semana, graças ao acordo de transferência tecnológica, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) enviou os primeiros lotes do Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) produzidos no Brasil para testes nos Estados Unidos. Os insumos já foram aprovados nas primeiras análises e é mais um passo importante para autossuficiência do Brasil na produção de vacinas.
A força do SUS no combate à pandemia foi constantemente reforçada por Queiroga durante a agenda internacional, mostrando o exemplo do Brasil, que tem um dos maiores sistemas de saúde pública do mundo. O SUS garante acesso universal, integral e gratuito para todos. Segundo o IBGE, mais de 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente da saúde pública. Além do atendimento de baixa, média e alta complexidade, o SUS também garantiu vacinas covid-19 gratuitamente e os resultados da campanha de vacinação aparecem a cada dia na melhora do cenário epidemiológico.
“Nesse período de sete meses em que estou à frente do Ministério da Saúde, nós tivemos uma redução de 90% dos casos e de 90% dos óbitos. Isso não é uma ação desse ministro, é uma ação do Sistema Único de Saúde”, defendeu Queiroga.
Durante a aula magna, o ministro também pontuou os esforços do governo federal em ações necessárias para o combate à pandemia. Em 2021, o Ministério da Saúde já habilitou mais de 23,2 mil leitos de UTI para covid-19. Desde o começo da pandemia, a pasta já investiu mais de R$ 10,9 bilhões na abertura de novos leitos, para garantir a assistência necessária para todos os brasileiros.
“Imagina, num cenário pandêmico, onde o sistema privado concorre com o setor público na busca por esses insumos, inclusive oxigênio, o Governo Federal tomou todas as providências para melhorar o impacto da pandemia. Seja na abertura de leitos de UTI, seja na abertura de situações intermediárias com unidades de suporte ventilatório. Investimos na qualificação de profissionais, na operação “Brasil Conta Comigo”. São ações que visaram naturalmente melhorar o impacto dessa pandemia”, afirmou o ministro.
O ministro também ressaltou que a Atenção Primária de Saúde é uma das áreas prioritárias em sua gestão uma vez que a porta de entrada no SUS consegue resolver cerca de 80% dos problemas de saúde que acometem a população. “Em uma nação continental como o Brasil nós temos mais de 40 mil Unidades Básicas de Saúde, espalhadas em todos os estados do país, com mais de 53 mil equipes de saúde da família. São ações assim que fazem o sistema de saúde progredir”, disse.
“No passado eu pensava que ia resolver os problemas cardiológicos com um implante de estencil nas coronárias. Eu estava enganado. Nós vamos resolver é nas Unidades Básicas de Saúde com medidas como o controle da hipertensão arterial, da diabetes, evitar o sedentarismo, o tabagismo e controlar o peso”, concluiu. (Com informações da Comunicação do MS)