STF comanda a política até em tempo de eleição

O eixo do poder político cancelou o equilíbrio, simbolizado pela Praça dos Três Poderes, e se instalou no Supremo Tribunal Federal (STF). Em pleno período eleitoral, quase não se fala em políticos, parlamentares e governantes, estes sim, legitimados pelo voto. O STF é o dono da pauta, com decisões escolhidas para ocupar as manchetes e reiterar o poder de mando e até decidir a exceção. O STF “sanciona” leis ou as suspende, altera políticas públicas e suprime direitos constitucionais dos cidadãos.

Fique na sua

Com sua elite dependurada em inquéritos nunca julgados, o Congresso silencia, até avaliza, decisões que neutralizam suas prerrogativas.

Fique na sua II

O chefe do Executivo reclama, mas está imobilizado pela “espada de Dâmocles” do STF, por meio de uma avalanche de ações e inquéritos.

Supremacia togada

A cada interferência, o STF cristaliza algo que a Constituição não prevê: sua supremacia em relação aos outros poderes.

Esquerda caviar

Preguiça das elites pensantes acaba “legitimando” superpoderes do STF e o abandono, pela imprensa, do dever do senso crítico, não previstos.

São Paulo é que vai definir eleição presidencial

A duas semanas das eleições, o ex-presidente Lula lidera com 42,4% e 35,3% do presidente Jair Bolsonaro, segundo a média semanal de pesquisas calculada pela Potencial Inteligência para o Diário do Poder. A média mostra cenários consolidados no Nordeste a favor de Lula e Sul e Centro-Oeste com Bolsonaro, além do empate técnico no Norte, mas revela que a gangorra do Sudeste, mais especificamente em São Paulo, é o que realmente deve definir a eleição presidencial até o dia 2.

Ponto de indefinição

Segundo o especialista Zeca Martins, a liderança nas intenções de voto em São Paulo tem se alternado entre o petista e o presidente.

Gangorra paulista

“Há semana que Lula está na frente com vantagem significativa, outra com menor e outras que Jair Bolsonaro aparece liderando”, diz Martins.

Abrangência sem igual

A Potencial Inteligência considera pesquisas estaduais em todas as unidades da federação. São 37 mil entrevistas em mais de mil cidades.

Poder sem Pudor

Banqueiro metido

Bem-vestido, falante e de conversa fácil, Zé do Pé era figura requisitada na boemia paulistana. Certa vez, estava com amigos no restaurante Paddock quando seguiu o banqueiro Walther Moreira Salles até o toalete: “O senhor não me conhece, me chamo Zé do Pé, e preciso desesperadamente de um favor, coisa pequena.” Homem educado, o ex-embaixador aquiesceu. Zé do Pé explicou: “Estou ali fazendo uns negócios que não posso perder. Preciso que o senhor, ao passar pela mesa, me cumprimente, mande um alô”. E ainda reforçou: “O senhor não sabe como isso é importante”. Moreira Salles achou aquilo divertido e cumpriu o trato, minutos depois. Passou pela mesa e acenou: “Boa tarde, Zé!” O sujeitinho fez a maior cara de desdém, sem dar a menor confiança: “Não enche, Walther!”. E voltou a conversar com os amigos.

São uns artistas

Somente este ano, até julho, os partidos políticos receberam mais de R$51,2 milhões referentes a “multas” que eles próprios pagaram com o nosso dinheiro. O campeão é o União Brasil, que já levou R$8,3 milhões.

Só em último caso

Pesquisa Modalmais/Futura (BR-00745/2022) mostrou que Lula é o único que tem mais votos na espontânea (38,6%) que na estimulada (36,9%). Na prática, quando o eleitor tem outras opções, muda de ideia.

Sem nem corar

Uma consultoria de investimentos cascateira afirmou que o Brasil é o segundo pior país do mundo para aposentar. Bom mesmo deve ser aposentar na Venezuela, Haiti, Botsuana, Congo, quem sabe Cuba.

Partido alto

A frequência das decisões da Justiça Eleitoral contra Jair Bolsonaro (PL) dá sentido à afirmação de fonte do Planalto a esta coluna, meses atrás, de que os maiores adversários do governo estão ali e não na oposição.

Nada a ver

O Tribunal de Contas da União (TCU), que não é do Judiciário e sim órgão de assessoramento do Congresso para acompanhar as contas públicas, vai “auditar” 4.161 urnas no primeiro turno das eleições.

Pode surpreender

A economista Valníria Ferrari prevê nova deflação nos próximos meses devido a efeitos ainda não vistos na cadeia produtiva. “Haverá redução de preços no setor de alimentos, serviços e inclusive no industrial”, diz.

Nem um pio

Uma semana depois de liberar oito viagens por mês e classe executiva em voos internacionais até para chefe de gabinete, o Tribunal Superior Eleitoral não se sente na obrigação de explicar essa regalia.

Causa séria

O Congresso está amarelo, este mês, para chamar atenção para o suicídio, responsável por quase 760 mil mortes no mundo, em 2019 (Our World in Data), quase o dobro dos homicídios (415 mil).

Pensando bem...

...no dia 2, uma atração à parte serão as explicações dos responsáveis pelas pesquisas mais erradas. Ou mais manipuladas.