Galípolo sinaliza taxa de juros em patamar elevado por mais tempo
Galípolo participou de evento promovido pela Febraban
O futuro presidente do Banco Central Gabriel Galílopo falou sobre o cenário atual da taxa básica de juros, a Selic, e expectativas para os anos futuros.
“Se você tem uma moeda mais desvalorizada, inclusive pela apreciação do dólar perante as demais moedas, e você tem uma economia que está com o mercado de trabalho mais apertado e crescendo mais que se imaginava, parece lógico você imaginar que, a partir disso, vai precisar ter uma taxa de juros mais contracionista por mais tempo”, disse Galílopo em um evento realizado pela FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos), em São Paulo.
Galípolo disse que a inflação do Brasil está acima do teto da meta, que é de 3% e tem tolerância de até 4,5%. As expectativas dos analistas para os anos futuros também estão “desancoradas”, segundo ele.
“A inflação e as expectativas são fontes de bastante incômodo e insatisfação a toda diretoria do Banco Central e a todo o Comitê de Política Monetária”, disse Galípolo.
Como consequência do processo de desancoragem das expectativas, as projeções para os juros também subiram significativamente nos últimos meses. Até abril, a previsão era de a Selic voltaria para estabilidade já em 2025. O boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta segunda, entretanto, mostra que isso só deve ocorrer, no melhor dos cenários, em 2027.