Dino suspende envio de Força Nacional para o Rio de Janeiro
Ministério Público do Rio de Janeiro questionou o envio dos 300 agentes da Força Nacional para o estado
O Ministério da Justiça e Segurança Pública suspendeu nesta quarta-feira (04) o envio de agentes da Força Nacional ao Rio de Janeiro. Segundo o ministro Flávio Dino o envio foi suspenso após um questionamento do Ministério Público (MP) do estado.
Dino anunciou na segunda-feira (02) que o envio da Força Nacional ao Rio de Janeiro era uma das medidas para controlar a crise de segurança pública que ocorre no estado. O ministro tinha autorizado o envio de 300 agentes, mais 50 viaturas e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) também vai atuar com 270 policiais, 22 carros blindados, um veículo de resgate e um helicóptero.
“Realçamos, desde logo, que nos causou estranheza a menção a “consentimento” do Ministério da Justiça e Segurança Pública a ações do Governo do Estado, uma vez que soa descabido, à luz da forma federativa de Estado consagrada pela Constituição da República”, trecho do ofício assinado por Flávio Dino.
O Ministério da Justiça, por meio de nota oficial, disse que o secretário-executivo da pasta, Ricardo Capelli vai ao Rio de Janeiro para dialogar com o MP.
As medidas como o patrulhamento ostensivo nas rodovias federais, ações em portos e aeroportos, inteligência policial e investigações de quadrilhas, além de operações da polícia judiciária com o cumprimento de mandados, ainda serão mantidas de acordo com a pasta.
Nota oficial do Ministério da Justiça e Segurança Pública
“O Ministério da Justiça e Segurança Pública informa que o Secretário Executivo Ricardo Cappelli recebeu notificações do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro. Em tal documento, existem questionamentos e exigências sobre o apoio da Força Nacional às polícias estaduais do Rio de Janeiro.
Em face disso e em respeito ao MPF, o Secretário Executivo Ricardo Cappelli irá ao Rio de Janeiro dialogar com o Procurador da República autor dos ofícios.
Informamos, em complemento, que os aspectos questionados ficarão suspensos até a realização da reunião com o referido Procurador da República, para pleno esclarecimento do que ele postula e viabilização da presença da Força Nacional no Rio, conforme solicitado pelo Exmo. Governador do Estado.
As ações que não foram objeto dos ofícios do MPF serão mantidas, por exemplo: patrulhamento ostensivo nas rodovias federais; ações em portos e aeroportos; inteligência policial e investigações de quadrilhas; operações de polícia judiciária, com o cumprimento de mandados, abrangendo a FICCO.
Seguiremos atuando no Rio de Janeiro e demais Estados, conforme diretriz de solidariedade federativa fixada pelo presidente Lula”.