'Projeto cultural'

‘Cavalo tarado’ recebeu R$50 mil da secretaria de Educação do Rio

Dezenas de crianças assistiam à apresentação

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Apresentação de "Cavalo Tarado" em escola infantil no RJ. Foto: Reprodução/Instagram.

O grupo “Suave”, envolvido em polêmica apresentação em escola pública infantil, recebeu R$ 50 mil em edital da Secretaria Municipal de Cultura do Rio de Janeiro em 2022. A companhia foi aprovada com o projeto “Suave na educação”, do qual fez parte o espetáculo no CIEP municipal Luiz Carlos Prestes, localizado na Cidade de Deus, Zona Oeste do RJ, que aconteceu no último dia 22.

A performance foi filmada e viralizou nas redes sociais. Na apresentação, uma dançarina usa uma máscara de cavalo. A mulher inicia a performance “galopando” em cima de um homem e, em seguida, continua dançando, ao som do funk de autoria de MC Cavalo. Veja o vídeo abaixo:

A companhia ficou em primeiro lugar, junto com outro projeto, em concorrência do Fomento à Cultura Carioca (Foca) de 2022, na categoria “musical”. A Secretaria Municipal de Educação (SME) do Rio anunciou que abriu uma sindicância para apurar detalhes relativos à apresentação.

Além disso, foram afastados os diretores de quatro escolas onde ocorreram apresentações do grupo: Ciep Luiz Carlos Prestes, Ciep Gustavo Capanema, Escola Municipal Marechal Estevão Leite de Carvalho e Escola Municipal Rivadavia Correia. Os diretores ficarão afastados durante a sindicância.

O edital previa que os concorrentes apresentassem projetos culturais que deveriam ser realizados em até um ano após o recebimento da verba disponibilizada.

A letra original da música faz menção a um cavalo no cio. “Vem mulher, vem galopando, que o cavalo tá chamando. Olha os cavalo (sic) voltando, os cavalo (sic) no cio. Cavalo taradão”, diz trecho do funk. Outra parte da música faz menção a um ato sexual: “Galopa, galopa, galopa, depois senta e rebola. Faz a posição, vem de quatro pro negão, que o cavalo tá doidão”.

Dezenas de crianças assistiam à apresentação.

Em nota, a Secretaria Municipal de Cultura afirmou “repudiar veementemente o teor da apresentação do grupo, inscrita como classificação livre em edital público em 2022”. A pasta acrescentou que a seleção do projeto foi realizada por comissão independente, pertencente à sociedade civil. O grupo foi proibido de executar qualquer apresentação nas unidades da rede municipal.

A dançarina Thamires Candida, integrante da companhia de dança, se manifestou sobre a repercussão do vídeo alegando em seu perfil do TikTok que já viajou o mundo com o espetáculo, e que deixou “as crianças felizes”. Candida alegou ainda que a música “Olha os cavalos no cio” foi modificada para performance com a letra “o cavalo ficou danado, coloca de frente, galopa de lado”.

“As pessoas estão julgando que é do diabo, que é isso, que é aquilo. Vamos ter Deus no coração. As crianças estão muito felizes, não tem nada de mais. A música foi modificada para uma versão light. Para quem não conhece a música do “Cavalo no cio”, provavelmente vai escutar a versão polêmica. E essa não é, fala “o cavalo ficou danado, coloca de frente, galopa de lado”. A gente viaja pelo mundo afora apresentando nossa arte, apresentando nossa dança. É claro que vocês não vão entender contexto nenhum, até porque é um simples vídeo que a gente coloca, milhares de coisas estão acontecendo”, afirmou.

 

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