Braga Netto é alvo da PF; sigilo telefônico foi quebrado
PF apura supostos crimes de membros do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro
A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta terça-feira (12) a Operação Perfídia, que apura supostas fraudes de membros do Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro. A intervenção ocorreu em 2018.
Um dos alvos dos federais é o general Walter Souza Braga Netto, que foi o interventor nomeado para a ação no Rio de Janeiro. O sigilo telefônico de Braga Netto foi quebrado.
São cumpridos 16 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, São Paulo, Minas Gerais e no Rio de Janeiro. Braga Netto não é alvo de mandados nesta fase da operação.
As supostas irregularidades envolvem a aquisição de mais de 9 mil coletes balísticos que teriam sido superfaturados em R$4,6 milhões. A empresa que forneceu o material é a CTU SECURITY LLC.
A operação é uma resposta ao alerta passado por autoridades dos Estados Unidos ao investigar a morte do presidente do Haiti, Jovenel Moïse.
A CTU SECURITY LLC ficou responsável pelo fornecimento de logística militar para executar e derrubar Moïse e substituí-lo por Christian Sanon, um cidadão americano-haitiano.
As autoridades norte-americanas descobriram indícios de irregularidades e informaram autoridades brasileiras.
A empresa CTU SECURITY LLC celebrou o contrato nº 79/2018 com o Gabinete de Intervenção Federal no Rio de Janeiro, após a dispensa de licitação no valor de US$ 9.451.605,60 (valor global de R$ 40.169.320,80 do câmbio à época), tendo recebido integramente o pagamento do contrato.
Além desta contratação, a Operação Perfídia investiga o conluio de duas empresas brasileiras que atuam no comércio proteção balísticas e formam um cartel deste mercado no Brasil.