'Causando pânico'

Vereador vê uso político após tremores em bairro de Maceió e acusa líder comunitário

Eduardo Canuto sugere a troca do discurso político que 'causa pânico', pela busca por soluções

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Vereador de Maceió Eduardo Canuto e Geraldo Vasconcelos, líder comunitário do Pinheiro. Fotos: Ascom CMM e ALE

Depois de o prefeito Rui Palmeira (PSDB) ser cobrado a estar presente no bairro atingido por rachaduras e tremores de terra em Maceió (AL), o vereador Eduardo Canuto (PSDB) saiu em defesa do aliado tucano, acusando o Movimento SOS Pinheiro de tentar causar pânico e desqualificar, com discursos políticos, o trabalho e a presença da Defesa Civil Municipal no bairro. A acusação foi direcionada a um dos líderes do movimento de moradores, Geraldo Vasconcelos.

“A Prefeitura de Maceió está no Pinheiro desde o primeiro instante em que surgiram os problemas de rachaduras em imóveis e afundamento de solo no bairro. Talvez por só ter se envolvido na questão no final do ano e não morar nas áreas mais afetadas pelo problema, o representante do SOS Pinheiro, Geraldo Vasconcelos, desconheça as ações do município desde fevereiro de 2018”, destacou o vereador líder do prefeito tucano na Câmara Municipal.

A iniciativa de Eduardo Canuto também é uma defesa do prefeito Rui Palmeira, que atuou politicamente sozinho em Alagoas e Brasília, junto a autoridades federais, desde os primeiros tremores, há um ano, até a decretação de emergência no bairro, em dezembro do ano passado. A crítica do vereador foi divulgada pela assessoria do PSDB de Alagoas, presidido pelo prefeito Rui Palmeira.

“É preciso se falar sobre o Pinheiro, mas no rumo certo para se chegar a soluções. São mais de 20 mil pessoas que precisam de atenção, assistência e respostas, quem não puder ajudar nisso e ficar só no discurso político, só vai atrapalhar, causar pânico e confundir o trabalho que vem sendo feito nessas vertentes”, salientou, ao citar a ação conjunta do poder público nas esferas municipal, estadual e federal.

Canuto expôs que não há sentido na sugestão do movimento de haver intervenção do governo federal na gestão da crise no bairro. “O governo federal está no Pinheiro desde que foi acionado pela Defesa Civil de Maceió no início de 2018, teve a presença reforçada tão logo o prefeito Rui Palmeira decretou situação de emergência no Pinheiro, e já é o responsável, através da CPRM [Serviço Geológico do Brasil], pelos estudos que vão detectar a causa, ou as causas, desses problemas”, declarou o vereador, ao lembrar que toda a estrutura de pessoal da Defesa Civil Municipal foi ampliada, em função deste cenário.

“É importante a união de forças e tenho certeza de que a Câmara Municipal de Maceió pode ajudar muito nesse processo, mas é igualmente importante que o objetivo de todos nós seja minimizar os problemas que essa situação traz para a população do bairro, e não fazer política”, enfatizou Eduardo Canuto.

Prefeito de Maceió Rui Palmeira e presidente do TJAL Tutmés Airan se reuniram com moradores do Pinheiro, em fevereiro. Foto: Marco Antônio/Secom Maceió

Defesa do prefeito

O tom político da fala do vereador também foi exposto quando o tucano citou a ocorrência de saque em uma casa, na última quinta-feira (28) no bairro do Pinheiro, e falou sobre a necessidade de o Governo do Estado, administrado pelo rival de Rui Palmeira, Renan Filho (PMDB), aumentar a segurança no local.

“Governo estadual e Prefeitura da capital, assim como o governo federal, devem fazer, cada um, a sua parte nessa história e se unirem para evitar mais problemas aos moradores do bairro”, afirmou o vereador.

Através da assessoria do PSDB de Alagoas, Canuto lembrou que as respostas técnicas só serão dadas após os estudos que estão sendo feitos por engenheiros, geólogos e geofísicos e cujo laudo não sairá antes de 60 ou 90 dias, prazo estimado pelo governo federal para a conclusão das análises.

Procurado pelo Diário do Poder para responder às acusações do vereador, Geraldo Vasconcelos respondeu o seguinte: “Muito obrigado pela oportunidade. Estou terminando de escrever o posicionamento do Movimento SOS Pinheiro a respeito da inoportuna entrevista do Vereador Eduardo Canuto. Amanhã encaminho”.

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