Unidade depredada

UPA nega falta de médicos após homem divulgar vídeo na internet

Homem quebrou cadeiras enquanto aguardava atendimento

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Após vídeo divulgado na internet sobre falta de médicos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Benedito Bentes, em Alagoas, a unidade emitiu uma nota repudiando as informações. No vídeo, um homem reclamou, aos prantos, da falta de médicos no local. Segundo ele, a família de um paciente confirmou a falta de profissionais, o que teria resultado na morte do homem.

Depois de ser informado sobre a possível falta de médicos, o autor do vídeo derrubou as cadeiras da UPA.

Segundo a nota, os médicos estavam presentes, em assistência a pacientes da área vermelha e nas áreas de observações adulto e pediátrico, locais destinados para pacientes de maior gravidade.

“O paciente em questão foi atendido pela enfermagem para classificação de risco, procedimento esse adotado pela unidade de acordo com as orientações do Ministério da Saúde. Não sendo identificado risco iminente de morte”, explicou a assessoria da unidade.

Ainda de acordo com a nota, o homem não teria aceitado as explicações e agiu ‘de forma agressiva’ com os funcionários e ‘depredou’ o patrimônio público. “Essa atitude assustou os pacientes que aguardavam atendimento”, disse.

Segundo a assessoria, os fatos foram flagrados pelas câmeras de segurança. No entanto, as imagens não serão divulgadas, apenas encaminhadas para órgãos competentes.

Vídeo

Visivelmente revoltado e envergonhado, Edmilson – que não revelou o sobrenome – relata a tentativa de atendimento na UPA do Benedito Bentes, na quinta-feira (7). Acordado pelo filho durante a madrugada, queixando-se de dores no abdômen, Edmilson, que mora no mesmo bairro onde se localiza a UPA, levou o garoto para ser atendido por um médico.

Após preencher e ficha e aguardar por duas horas, o pai voltou a cobrar à atendente para solicitar o atendimento médico. Foi informado de que o profissional estaria em atendimento de urgência. “O enfermeiro disse que o médico estava na área vermelha com um paciente que estava sofrendo um ataque cardíaco”, disse.

Edmilson compreendeu a emergência e decidiu aguardar por mais tempo, apesar de estar com o filho se queixando de dores há tanto tempo. Passados 40 minutos, voltou a interpelar com a enfermeira, que desta vez informou que o médico estaria falando com os familiares do paciente, que havia morrido. Logo em seguida, Edmilson descobriu, com um parente do paciente morto, que não havia médico na UPA. Ele ficou revoltado, e a revolta, que segundo seu próprio relato, chorando, transformou-se em raiva. “Eu me estressei, joguei as cadeiras no chão. Não quebrou (sic), aquilo só tem carestia, desmontou os parafusos”, contou Edmilson.

O pai ficou ainda mais revoltado quando policiais chegaram ao posto médico, chamados pelos funcionários. “Num instante chegaram três viaturas. Não fiz baderna, estava no meu direito. Fiquei indignado não por causa da espera, mas porque mentiram para mim”, explicou Edmilson. Ele decidiu gravar o vídeo, segundo explica, “ para que não venha a acontecer com outras pessoas, que podem vir a morrer esperando atendimento”.

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