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Defesa de Anderson questiona relatora: ‘onde estão as provas?’

‘Diário do Poder’ teve acesso ao documento enviado à senadora para reconsiderar indiciamento

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O ex-ministro Anderson Torres (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Através de advogados constituídos, os ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, Anderson Torres, questionou a relatora da CPMI do 8 de Janeiro, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a respeito da sustentação e embasamento de seu indiciamento. A defesa de Torres pede esclarecimentos e reconsideração das acusações.  “Cuida-se, na realidade, de meras conjecturas”, afirma a defesa, e acrescenta: é de se questionar: onde estão as provas?”. 

O Diário do Poder teve acesso ao documento enviado ao gabinete da senadora para questionar as acusações feitas a respeito do ex-ministro. Os advogados afirmam que “Anderson Torres, após elaborar o PAI (Protocolo de Ação Integrada) na tarde do dia 06/01/2023, encerrou seu expediente sem ter sido comunicado de que os atos do dia 08/01 seriam violentos”.

Segundo a redação da defesa, o primeiro informe da ABIN sobre a natureza dos atos só teria ocorrido na data de seu embarque aos Estados Unidos, às 19h40. “É impossível imaginar que Anderson Torres, estando nos EUA, tenha, por omissão imprópria, pretendido, em 08/01/2023, abolir o Estado Democrático de Direito ou mesmo praticar um golpe de estado. Afinal, é pressuposto lógico de um golpe de estado que seus líderes estejam em território nacional, ao passo que tenham ligação com os executores ou financiadores dos atos”.

Os questionamentos estão embasados nas seguintes premissas: A defesa reitera que não existem mensagens, documentos, testemunhas ou publicações que liguem Anderson Torres ao 8 de janeiro, não há comprovação sobre participação em reunião para tratar de golpe, os bilhetes aéreos para os EUA foram comprados em 21/11/2022, data na qual sequer se cogitava qualquer manifestação pública em 08/01 e não houve envio prévio que antecipasse o teor e a magnitude dos atos ao ex-secretário.

Ainda segundo o pedido de reconsideração, Anderson Torres, no 8 de janeiro,  “enviou uma mensagem de whatsapp sugerindo ao Secretário em Exercício que não deixasse os vândalos chegarem ao STF, conduta incompatível, por óbvio, com quem pretende perpetrar um golpe de estado”.

A banca liderada pelo advogado Eumar Novacki pede a reconsideração de Eliziane sobre a situação de Torres antes da votação do relatório.

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