OPERAÇÃO FACTUM

TITULAR DE CARTÓRIO É PRESO APÓS SER FLAGRADO RECEBENDO “TAXA DE AGILIZAÇÃO”

OPERAÇÃO DA PF COMBATE CORRUPÇÃO EM CARTÓRIO DE VITÓRIA DA CONQUISTA, NA BAHIA

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Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil.

A Polícia prendeu nesta terça (3), durante a Operação Factum, o titular do Cartório do 1º Ofício de Registro de Imóveis e Hipotecas de Vitória da Conquista, na Bahia. Ele foi flagrado recebendo uma ‘taxa de agilização’ para realizar serviços, de despachantes, corretores de imóveis e particulares. O nome dele não foi divulgado pela PF.

Na operação de combate a corrupção no cartório, os agentes cumprem quatro mandados de prisão – uma preventiva e duas temporárias – e oito de busca e apreensão. As investigações começaram em 2006, após o descumprimento por parte do titular preso de decisões da Justiça Federal e da Justiça do Trabalho.

Os investigadores constataram que o titular cobrava uma ‘taxa de agilização’ para os atos do cartório, tanto de particulares quanto de corretores de imóveis e despachantes. De acordo com a PF, o homem praticava o crime há pelo menos 15 anos.

As funcionárias do cartório são filhas do proprietário e pessoas de sua confiança, sem vínculo com o Tribunal de Justiça da Bahia. O objetivo era controlar o funcionamento do cartório de acordo com os interesses do titular. A presença de servidores da Justiça lotados no local não era permitida.

“Caracterizado o prejuízo à União, em face desses descumprimentos, o Superior Tribunal de Justiça – STJ fixou a competência da Justiça Federal para o processamento do inquérito policial e das medidas cautelares correlatas”, aponta nota divulgada pela PF.

Ao longo das investigações, outros crimes relacionados ao titular foram descobertos pela Polícia Federal – como uso de documento falso para promoção no cargo de professor na Secretaria de Educação do Estado da Bahia e tráfico de influência para a retirada de multas de trânsito.

Indiciado, o homem pode responder pelos crimes de corrupção passiva, associação criminosa, tráfico de influência, falsidade ideológica e uso de documento falso. Os demais envolvidos são investigados por associação criminosa, e corrupção ativa e passiva.

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