Partido expulsa advogado que confundiu ‘O Príncipe’ com ‘O Pequeno Príncipe’
Advogado confundiu obras literárias e ofendeu o STF durante julgamento dos réus do atos de vandalismo é expulso do partido
O partido Solidariedade expulsou o advogado Hery Kattwinkel Junior, que estava defendendo o réu Thiago de Assis Mathar pelos ataques de vandalismo do 8 de Janeiro. Por meio de uma nota oficial, o partido anunciou a demissão do advogado por “falas ofensivas e desrespeitosas com a máxima Corte Brasileira”.
Ao defender Thiago na tribuna do Supremo Tribunal do Federal (STF), o advogado negou as acusações e disse que o réu havia entrado no Palácio do Planalto apenas para se proteger. Só que o advogado utilizou o discurso de ódio contra os ministros do STF, além de ter cometido a gafe de confundir a obra “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, com “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry.
A defesa foi rebatida pelo ministro Alexandre de Moraes, que afirmou ser “patético e medíocre” um advogado subir até a tribuna do STF para propagar “discursinho de ódio feito para as redes sociais”.
Na nota, o partido diz “não compactuar com a postura do profissional em atacar a Suprema Corte, ainda que no exercício de sua prerrogativa de defensor constituído”. E que reitera o “respeito às leis brasileiras, nosso compromisso com a democracia e o respeito às instituições públicas brasileiras” e que por isso houve a expulsão.
Deslize literário
O momento polêmico e muito comentado foi a confusão do advogado de defesa com a citação de obras literárias como embasamento. Durante o discurso de defesa, Hery Kattwinkel disse “Diz ‘O pequeno Príncipe”, os fins justificam os meios”.
A frase em questão não faz parte da obra literária infantil “O Pequeno Príncipe”, de Antoine de Saint-Exupéry. A citação é do poeta romano Ovídio, na obra Heroides, embora seja atribuida as ideias da obra “O Príncipe” de Maquiavel, também não é citada no livro.
“Realmente é muito triste… Confundiu “O Príncipe” de Maquiavel, com “O Pequeno Príncipe” de Antoine de Saint-Exupéry, que são obras que não tem absolutamente nada a ver”, criticou duramente Alexandre de Moraes.