Operação Huitaca

Neymar será intimado para depor como testemunha em inquérito sobre receptação de joias

Operação Huitaca também apura a prática de crimes de agiotagem e lavagem de dinheiro

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Entretanto, Neymar não é a única celebridade que aparece nas redes sociais de Eduardo Foto: Redes sociais

O camisa 11 da seleção brasileira, Neymar será intimado como testemunha para depor em uma investigação que apura um grupo do Distrito Federal, suspeito da prática dos crimes de receptação de joias e pedras preciosas, agiotagem e lavagem de dinheiro.

Na manhã desta sexta-feira (27), foi deflagrada a Operação Huitaca. A operação é fruto de trabalho conjunto da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF)  com a Coordenação de Repressão AOS Crimes Patrimoniais (Corpatri) e da Secretaria de Fazenda do DF, e contou com a participação da Receita Federal e apoio da Marinha do Brasil.

Segundo informações da Polícia Civil do DF, Neymar recebeu duas joias de um dos investigados, Eduardo Rodrigues Silva, e por isso, ele será chamado para esclarecer qual o seu envolvimento com os integrantes do grupo e se ele tinha conhecimento da prática dos atos ilícitos.

 “Considerando a indicação robusta de que as joias comercializadas por Eduardo são de origem criminosa, a DRF1/PCDF entendeu que é necessária a colheita da versão do jogador Neymar, na condição de testemunha, a fim de que esclareça, entre outras circunstâncias, se houve efetivo pagamento da corrente e anel de diamantes e se tinha conhecimento do envolvimento do investigado Eduardo com a prática de crimes de agiotagem, extorsão, receptação e lavagem de capitais”.

O jogador aparece em fotos junto com o investigado.  Entretanto, Neymar não é a única celebridade que aparece nas redes sociais de Eduardo.   

                                                                                                                                                                 De acordo com a PCDF, Eduardo publicou duas fotos de Neymar com as joias.

Na primeira publicação, em 2017, o camisa 11 aparece com uma corrente de diamantes, com a legenda:  “‘A busca de um sonho é a loucura mais exata de realizar’. Quando se trabalha duro em busca do que sonha, se conquista! Ter fé, pois fácil não é nem vai ser. @neymarjr”.

Na segunda, um ano após, em 2018, Neymar recebeu um anel de ouro. Na publicação a seguinte legenda: “Mais uma joia feita com muito carinho pra gênio da bola @neymarjr. Obrigado pela atenção e confiança no trabalho!”

Eduardo está foragido, mas a polícia já prendeu outras pessoas envolvidas no caso, entre elas, o dono de uma casa de pôquer, localizada em Águas Claras.

Os investigadores descobriram que os crimes de receptação de joias e pedras preciosas, lavagem de dinheiro e agiotagem ocorriam nesse cassino e por meio de empresas de fachada, localizadas no DF e na cidade de Goiânia.

Operação Huitaca 

Durante a Operação Huitaca a PCDF  prendeu, temporariamente, três  pessoas envolvidas no caso, entre elas, o dono de uma casa de pôquer, localizada em Águas Claras.

As prisões ocorreram nas regiões do Park Way, Águas Claras, Vicente Pires e Ceilândia. Também foram cumpridos mandados de busca em uma joalheria de Taguatinga, no cassino de poker do grupo em Águas Claras e em uma marina da Asa Norte.

Foram sequestrados, por ordem judicial, dois veículos importados, da marca Porsche e Land Rover, e uma lancha de 50 pés, avaliados em R$ 2 milhões. Também foi determinado o bloqueio de valores em cinco contas dos investigados, no montante de R$ 16 milhões. Os mandados de prisão, busca e apreensão e sequestro foram expedidos pelo Juiz da 2ª Vara Criminal de Águas Claras.

O diretor da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos I (DRF), Luís Fernando Cocito, disse que um dos presos já se envolveu em delitos de extorsão, receptação, furto e homicídio. 

A PCDF explica que a  investigação apontou que o grupo era voltado ao empréstimo de dinheiro a juros superiores aos permitidos e cobrava os valores mediante o emprego de grave ameaça. 

Durante as cobranças, o grupo também exigia, como garantia, a transferência e entrega dos veículos dos endividados.

De acordo com as apurações, os envolvidos são donos de um cassino de poker em Águas Claras, por meio do qual também realizavam agiotagem, mirando jogadores que se endividavam nas partidas de poker.

“A lavagem do dinheiro da agiotagem e da receptação das joias e pedras preciosas acontecia por intermédio das contas de seis empresas de fachada, situadas em Brasília e Goiânia, e da conta de um testa de ferro, que também foi preso. Estima-se que, entre 2019 e 2021, o grupo criminoso R$ 16 milhões”, explica Cocito.

Foto: PCDF

 

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