Críticas e mais críticas

Lula volta a criticar Roberto Campos Neto por causa da Selic

Petista defende que não há motivos para uma manutenção da taxa

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Governo Lula vem tentando de quase tudo para fazer com que a Câmara aprove a reforma tributária. Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente Lula (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira (29), Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central (BC), por causa da manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75%.

As críticas ocorreram no mesmo dia em que o Comitê Monetário Nacional (CMN) discutiu a meta de inflação para o ano de 2026. O petista defendeu que não há motivos para uma manutenção da taxa, já que o país não teria “inflação de demanda” e outros indicadores passam por melhorias.

“Agora, você tem um cidadão que me parece que não entende absolutamente nada de país. Não entende nada de povo, não tem sentimento com o sofrimento do povo e mantém uma taxa de juros para atender aos interesses de quem? A quem que esse cidadão está servindo nesse momento? Então, essa é a questão”, criticou Lula durante entrevista à Rádio Gaúcha.

Em defesa da queda da Selic, Lula afirmou que somente o setor financeiro apoia a taxa de juros, segundo ele ninguém pode investir “ a 14%, 15% e 16% de juros as pessoas vão quebrar . Então, é preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível, inclusive com a inflação. A inflação em 12 meses está menor que 5%, por que a taxa de juros tem que estar nesse nível? Qual é a explicação? Não existe explicação”.

Lula pediu que o Senado Federal cobre o presidente do BC, que foi convocado pela Comissão de Assuntos Econômicos.

 “Não é o Lula [que faz as críticas], não é o presidente, é o povo brasileiro, são os sindicatos, os empresários da indústria, do comércio, do turismo, do varejo, inclusive os agricultores do Brasil inteiro são contra essa taxa de juros. Então esse cidadão vai ter que pensar e o Senado vai ter que saber como lidar com ele “.

Para Lula Campos Neto não tem cumprido as suas funções da maneira correta. O petista ressaltou que o Senado, quando aprovou a autonomia do Banco Central, estabeleceu alguns critérios e um deles é cuidar da inflação e outro é cuidar do crescimento e cuidar do emprego.

“Se esse cidadão cumprir com as suas funções tais quais foram aprovadas pelo Senado, ótimo. Eu pouco me preocupo que seja autônomo ou não o Banco Central. O que eu quero é que ele funcione e, ao cuidar da política monetária, lembre-se que mais importante do que a política monetária são os 203 milhões de brasileiros”.

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