Contra aula presencial

Professores entram em greve após Justiça liberar volta às aulas em São Paulo

Sindicato convocou greve contra retorno das aulas presenciais, marcado para a próxima segunda-feira; diante da pandemia, ensino remoto está mantido

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Foto: Reprodução/TV Globo

O sindicato dos professores da rede estadual de São Paulo aprovou nesta sexta-feira, 5, greve contra a volta das aulas presenciais, após decisão da Justiça. A paralisação está marcada para a partir de segunda, 8, data marcada para a reabertura das escolas estaduais. Segundo a Apeoesp, as unidades não têm condições sanitárias de receber os estudantes e há casos de funcionários e professores contaminados pelo coronavírus após reuniões de planejamento.

“Não há condições para um retorno seguro. As escolas não apresentam a mínima infraestrutura. Recebemos a todo momento fotos e vídeos de professores mostrando banheiros quebrados, lixo acumulado, goteiras, álcool em gel vencido. E tudo isso já está causando consequências graves”, afirma a presidente da Apeoesp e deputada estadual, Maria Izabel Azevedo Noronha (PT), conhecida como professora Bebel.

“A Apeoesp fez um levantamento em que constatou até agora 147 casos de covid em escolas. Todas tiveram algum tipo de atividade presencial. Imagine o que vai acontecer quando milhões de estudantes voltarem para as aulas presenciais no Estado”, concluiu.

Segundo a Apeoesp, a medida foi aprovada por 91,7% dos que votaram na assembleia virtual a fim de “preservar vidas, tanto de professores quanto de estudantes, funcionários e familiares”. Já 82% foram favoráveis a permanecer com o ensino remoto.

O início das aulas na rede estadual está previsto com revezamento para que sejam atendidos até 35% dos alunos.

A Apeoesp defende que as escolas só reabram após a vacinação dos profissionais da educação.

Já o governo João Doria (PSDB) afirma que as escolas da rede foram equipadas para dar segurança a alunos e educadores e argumenta que o retorno presencial é essencial diante das lacunas de aprendizagem e dos problemas de saúde mental decorrentes do ensino remoto.

Em resposta a ação na Justiça que tentou vetar a volta presencial, a Secretaria da Educação afirmou que nenhum caso de transmissão de Covid-19 foi registrado nas escolas estaduais que já tinham reaberto para atividades extracurriculares no ano passado.

Segundo levantamento divulgado pela Unesco em janeiro, o Brasil é um dos países com escolas fechadas há mais tempo: 40 semanas sem aulas presenciais, contra média mundial de 22.

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