Lula nega que tenha oferecido ministério para Tabata Amaral

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou que tenha convidado a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP) para assumir o Ministério de Ciência e Tecnologia como forma de boicotar e tirá-la da corrida eleitoral à prefeitura de São Paulo. O petista disse que o objetivo é “derrotar o bolsonarismo” na capital paulista e tem como aliado o pré-candidato pelo PSOL, Guilherme Boulos. 

“Tenho uma relação de muito respeito com a Tabata, uma jovem que tem um futuro político nesse país. Eu jamais iria tentar corrompê-la com um cargo para ela não ser candidata a prefeita. Ela sabe o que pode fazer, tem noção do que é São Paulo”, disse Lula durante entrevista à rádio CBN Recife nesta terça-feira (30). 

“Se ela quiser ser candidata a prefeita, ela vai ser, porque tem um partido político que vai decidir, não é o presidente Lula que vai impedir”, completou Lula.

O aceno de Lula foi visto como um recuo, já que integrantes do PT vinham atuando nos bastidores para que o PSB desistisse da pré-candidatura de Tabata. Destaca-se que o petista não queria “bola dividida” entre os ministros nas eleições municipais deste ano. 

A pré-candidatura de Tabata deixa Lula e o vice-presidente Geraldo Alckimin (PSB) em palanques opostos em São Paulo. Apesar disso, o presidente afirmou que vai apoiar Boulos ou Tabata no eventual segundo turno contra o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB). 

“Se a Tabata for candidata e o Boulos for candidato, quem for melhor e for para o segundo turno, eu estarei apoiando. Se os dois forem para o segundo turno, aí sim, vai ter divergência. Mas o que nós precisamos é derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo”, disse o petista. 

Lula tem sido o principal cabo eleitoral da candidatura de Boulos e foi responsável pela volta de Marta Suplicy ao PT. A filiação da ex-prefeita, que será vice na chapa do PSOL, vai ocorrer nesta sexta-feira (2),  em São Paulo.