Após 5 anos, assassinato de Marielle Franco segue indefinido
Até hoje, apenas dois executores foram presos, mas não houve julgamento; investigação ganhou apoio do governo federal
Cinco anos depois dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o caso continua indefinido. A Delegacia de Homicídios da Capital, o Ministério Público do Rio e, desde fevereiro, a Polícia Federal tentam desvendar qual a motivação do crime e chegar ao mandante.
Apenas a primeira fase do inquérito foi concluída pela Polícia Civil e o MP, com dois executores presos: o policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos, e o ex-PM Élcio de Queiroz, que estaria dirigindo o carro que perseguiu as vítimas. Ambos negam participação no crime. Eles estão presos há quatro anos, mas até hoje não foram julgados.
As investigações foram marcadas por cinco trocas de delegados e três equipes diferentes de promotores no Ministério Público Estadual.
Em maio de 2019, a Polícia Federal apontou que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios. Procuradoras abandonaram o caso em julho de 2021, com a afirmação de que houve interferência externa na investigação.
As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos sociais nesses cinco anos, e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.
“Já se passaram cinco anos: é muito tempo”, desabava Marinete Silva, mãe de Marielle Franco. “Hoje, o mundo inteiro quer saber quem mandou matar Marielle. Isso não é uma questão a ser resolvida apenas para a família”, complementa.
Há 10 dias, o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Em fevereiro, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses.