Ricardo Cardoso nega que sabia de esquema de corrupção na Saúde

Ricardo Cardoso, ex- diretor executivo do Fundo de Saúde do DF, prestou depoimento nesta quarta-feira (31) para a CPI da Saúde na Câmara Legislativa do Distrito Federal. E negou que tivesse conhecimento de um esquema de corrupção na Secretária de Saúde. “Só tomei conhecimento de esquema de propina pela mídia”.

Chamou o ex-subsecretário de Saúde Marco Júnior de mentiroso. Júnior afirmou que ele estaria ligado ao esquema de corrupção na secretaria. "Ele é um mentiroso, que sempre causou problemas na Secretaria, pois dificultava o andamento de processos".

Relatou que em dezembro de 2015, foi pressionado por vários fornecedores que tinham dívidas a receber do GDF, mas que todos os pagamentos obedeceram a critérios legais. Cardoso assegurou que os pagamentos a empresas credoras do GDF na área da Saúde foram feitos por determinação de lei aprovada pela Câmara.  "Os pagamentos ocorreram e foram feitos com orçamento do DF a partir do dinheiro enviado pela Câmara Legislativa ao GDF. Todos os reconhecimentos de dívida que assinei estão justificados".

Confirmou que esteve na Câmara, mas para tratar apenas de programa de trabalho.  "Fui chamado à presidência da Câmara Legislativa para discutir um programa de trabalho relacionado ao serviço de UTIs".

O deputado Wasny de Roure (PT) questionou porque a empresa Ipanema, ligada ao deputado Cristiano Araújo (PSD), recebeu o pagamento antes das outras empresas. O ex-diretor alegou que o pagamento foi feito antes da análise da procuradoria porque não havia mais tempo hábil para seguir o rito.

Cardoso confirmou que almoçou com Cristiano Araújo em um restaurante em São Paulo e também que esteve um camarote em um show, junto com o deputado e a cúpula da Secretaria de Saúde. Mas afirmou que tem uma relação puramente institucional com o distrital.

Ricardo Cardoso é apontado nas gravações da presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues, como o responsável por garantir as ordens de pagamento à empresa de vigilância Ipanema.