GUERRA IMINENTE

Renan Filho está em rota de colisão com deputados alagoanos

'Independentes' veem Renan Filho de joelhos, se fomentar guerra

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A quase um ano da campanha pela reeleição, o governador Renan Filho (PMDB) enfrenta dificuldades de encontrar um novo líder de seu governo no Poder Legislativo e está perdendo o rumo da relação com o parlamento. A análise é feita por integrantes da base governista e do novo bloco dissidente autointitulado de “independente”. Ambos estão dispostos a reagir ao tratamento indiferente dispensado pelo governador.

Os deputados estaduais alertam que, se seguir encastelado e apostar no embate com parlamentares dissidentes, Renan Filho terá muito mais a perder do que a queda da antiga Mesa Diretora que apoiou em fevereiro. Um dos exemplos é a possibilidade de aprovação da proposta de emenda constitucional (PEC) do orçamento impositivo, que garantiria a liberação das emendas feitas à Lei Orçamentária pelos deputados.

“A aprovação [do orçamento impositivo] é questão de tempo. Hoje o governo não agrada a ninguém. Nem a suposta base, nem os independentes, nem a oposição. O governo do Estado está sem rumo”, resume um dos deputados da base aliada do PMDB, em entrevista ao Diário do Poder.

‘NÃO É MURICI’

Guerra com deputados depende de Renan Filho (Fotos: ALE)

Um deputado do grupo “independente” avalia que o governo de Renan Filho demonstra estar fomentando o embate, ao evitar a aproximação de integrantes do grupo que apoiou a Mesa Diretora eleita e ainda difundir na imprensa uma falsa disposição do novo bloco para uma guerra.

Mesmo negando a disposição para guerrear, o parlamentar disse ter notado a movimentação de integrantes da Mesa anterior nos bastidores, na suposta tentativa de convencer o governador a combater a dissidência formada na eleição interna do Legislativo.

“O núcleo duro da mesa anterior ainda está querendo a guerra. E o onipotente governador ainda ouvindo esses que já mostraram que não sabem trabalhar na casa. Não vê que a aliança foi em torno dos espaços internos: diretorias, comissões, etc. Se a turma continuar percebendo que o governo não quer aproximação com eles, irão voltar a mira para o governo. Mas isso ainda não aconteceu. O governo só fica de joelhos se apostar nessa guerra. Se continuar tratando a casa como tratava a Câmara de Murici, vai se dar mal. Vai zaedar”, disse um dos membros do grupo “independente”, que ainda assim, pediu ao Diário do Poder para não publicar seu nome.

SEM LÍDER

Dois nomes sondados pelo governador já descartaram assumir o posto de líder do governo na Assembleia Legislativa do Estado (ALE), após a saída do deputado Ronaldo Medeiros (PMDB), que se recusou a continuar exercendo a postura intransigente exigida pelo governo no trato com os aliados.

Anunciado por mensageiros do governo como cotado para ser líder de Renan Filho, o deputado Ricardo Nezinho (PMDB) teve suas pretensões de obter mais espaço para liderar em comissões da ALE negadas pelo governo. Sem a confiança do governador, reagiu descartando a liderança. Sérgio Toledo (PSC) e outros peemedebistas, como Galba Novaes e Isnaldo Bulhões, também não têm demonstrado o menor interesse na função.

Ricardo Nezinho não deve assumir liderança do governo“Nezinho seria exatamente o nome para mostrar que o governo quer apaziguar. A situação é que a casa não pode confiar no presidente no papel de líder. É dúbio. Se o governo for alimentar essa briga, essa liderança irá surgir dentro desse grupo que se formar. E aí, pode ter certeza, será ruim para o governo", disse o parlamentar "independente"

Até o momento, só quem tem demonstrado disposição para o posto de líder é o deputado estadual Antônio Albuquerque (PTB). Mas a base governista tratou como desdém de Renan Filho a ascensão do ex-presidente da ALE, com a posse do filho Arthur na pasta do Trabalho, porque antigos aliados atuaram como soldados do governo em troca de “migalhas”.

A outra opção do PMDB seria a deputada Jó Pereira, que emplacou o ex-prefeito de Junqueiro, Fernando Pereira (PMDB), na pasta da Assistência e Desenvolvimento Social.

Se tiver que escolher alguém de dentro do bloco dos "independentes", Renan Filho assinará a rendição. O que, a esta altura, já interessa até mesmo aos antigos aliados, a quem Renan Filho desagradou com o discurso de formação de equipe técnica desconstruído com as posses de Arthur Albuquerque e Fernando Pereira.

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