Crise hídrica

Presidente da Sabesp descarta rodízio de água neste ano

Jerson Kelman fez declaração durante CPI da Câmara Municipal

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O presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Jerson Kelman, descartou a necessidade de rodízio em São Paulo por causa da crise hídrica e esquivou-se de perguntas espinhosas feitas por vereadores da Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira, 13, durante audiência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura o contrato da empresa com a Prefeitura de São Paulo.

Kelman conseguiu deixar de responder qual seria o gatilho que detonaria o rodízio de água caso a crise permanecer e também não disse se a empresa dará lucro neste ano ou não, apesar de ter sido perguntado sobre os dois temas. O lucro é uma garantia de distribuição de valores a acionistas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova Iorque.

As perguntas haviam sido feitas pelo vereador Laércio Benko (PHS), que por duas vezes parabenizou o novo presidente da empresa pela gestão transparente que conduz na empresa.

Sobre o gatilho, Kelman afirmou que "uma série de fatores" determinaria o rodízio, não apenas um volume mínimo de reserva de água nos reservatórios. A afirmação foi feita depois de ele descartar, inicialmente, a necessidade de rodízio. "Não temos nenhuma previsão de rodízio porque diminuímos a dependência do Sistema Cantareira."

Ele ressaltou, no entanto, que essa é a situação atual da cidade. "Situação é que nem nuvem, sempre muda", alertou, sem mais questionamentos sobre o assunto.

Kelman também foi questionado se a empresa dará lucro neste ano. "Em um supermercado, se acaba o estoque, você não tem lucro, tem de repor o estoque. No caso da Sabesp, o estoque é água. É preciso de obras para repor esse estoque. Por isso, não pode haver lucro", discursou o vereador Benko.

O presidente da Sabesp comentou apenas a obrigação legal da empresa em repassar parte dos valores a acionistas. Kelman explicou que, por lei, um quarto dos valores obtidos de lucro tem de ser distribuído aos acionistas e disse que o lucro é necessário para garantir recursos para investimentos.

Segundo Kelman, pelo fato de o Estado também ter cotas entre as ações privadas da empresa, 87% do lucro da empresa é reinvestido. 

No fim da audiência, vereadores da bancada petista passaram cerca de 30 minutos mostrando vídeos com problemas pontuais de vazamentos na rede da empresa. Kelman ficou de apurar os problemas. (AE)

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