Tragédia geológica

Prefeito espera que União libere 750 casas para vítimas da Braskem, em Maceió

Rui Palmeira pediu unidades do Minha Casa, Minha Vida, para vítimas de danos da mineração

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O prefeito de Maceió (AL) Rui Palmeira (PSDB) revelou nesta terça (11) que espera resposta do governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) sobre seu pedido pela liberação de 750 unidades do Minha Casa, Minha Vida para famílias vítimas dos danos ao solo de três bairros, causados pela mineradora Braskem, na capital alagoana. As notícias sobre a tragédia que afeta os bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro foram dadas durante lançamento da programação de São João em Maceió.

“Solicitamos ao governo federal uma série de questões, sobretudo referentes à barreira do Mutange. Solicitamos autorização para que eles possam ocupar unidades residenciais [do Minha Casa, Minha Vida] que ficarão prontas no final de julho”, disse o prefeito, à Gazetaweb.

Sobre as vítimas das rachaduras e fissuras no solo e em imóveis da região, o prefeito tucano afirmou que também solicitou a ajuda humanitária para o auxílio-moradia. “Estamos aguardando a reposta do Governo Federal para que possamos tomar as medidas cabíveis em relação a Pinheiro, Mutange e Bebedouro, sobretudo Mutange, a área que mais nos preocupa no momento”, expôs Rui Palmeira.

O prefeito confirmou que o governador de Alagoas lhe telefonou solicitando uma reunião, após seu apelo público pela participação do Estado, feito há quase duas semanas, diante das pendências de ações urgentes solicitadas ao governo estadual.

“O governador Renan Filho fez contato telefônico e gostaria de uma reunião ontem, mas infelizmente eu estava fora de Alagoas. Cheguei e ele foi para Brasília, mas espero que essa semana possamos sentar e definir ações em conjunto entre Estado, Prefeitura e União”, disse Rui Palmeira.

Estudos do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) apontam que os problemas no solo dos três bairros foram causados pela atividade de extração de sal-gema, operada pela Braskem, que reativou uma falha geológica na área urbana que margeia a Lagoa Mundaú. Uma ação do MP de Alagoas e da Defensoria Estadual pede o bloqueio de R$ 6,7 bilhões à mineradora, sendo que R$ 100 milhões já foram bloqueados e R$ 2,6 bilhões em lucros foram impedidos de serem distribuídos entre acionistas da companhia. Veja a posição da Braskem sobre o caso. 

Rinaldo Januário de Oliveira sofre com rachaduras em sua casa no Pinheiro, onde problemas ocorre em ruas e imóveis do bairro de Maceió. Foto: Raul Spinassé/Folhapress

Reforma não pode ser ‘capenga’

Durante o lançamento do São João, Rui Palmeira comentou também a participação de Estados e Municípios na Reforma da Previdência. Ele destacou a importância do envolvimento de todos e acrescentou esperar que as mudanças contemplem todos os entes federados.

“A gente sabe da polêmica que esse tema atiça em todo mundo. Hoje os governadores estão reunidos com o relator da reforma. Semana passada estive na Frente Nacional dos Prefeitos conversando com diversos prefeitos do Nordeste e todos esperam que a reforma também contemple Estados e Municípios. Isso é fundamental”, opinou o prefeito.

Segundo Rui Palmeira, caso isso não se concretize, a reforma será “capenga”. “Se Estados e Municípios não estiverem teremos uma reforma capenga, porque o deficit que acontece nas previdências municipais e estaduais é brutal e está crescendo ano após ano”, apontou o prefeito. (Com informações da reportagem de Larissa Bastos e Tatianne Brandão, da Gazetaweb)

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