Guerra ao mosquito

Prédios invadidos se transformam em área de risco de dengue

Prédios abandonados favorecem proliferação de aedes aegypti

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A rotina da vez você já conhece. Depois do churrasco em casa, nada de cochilar e deixar copos com restos de água aqui e ali. Ou então: deixar um balde cheio no canto da garagem após lavar o carro. Situações assim criam condições propícias à vida do Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. 

Mas apesar de atitudes simples e práticas, adotadas todos os dias por grande parte da população, um dos maiores obstáculos ainda são os terrenos abandonados e imóveis fechados que, não raros, se tornam berços para reprodução do mosquito e infecção de mais pessoas. 

Segundo Paulo Protásio, supervisor de endemias da Sesau, as altas temperaturas e as chuvas favorecem a proliferação do mosquito, já que o ciclo de vida do Aedes dura cerca de 35 a 40 dias. Portanto, é necessário maior atenção nesses locais, uma vez que o acúmulo de água em calhas, garrafas, pneus, plantas, caixas d’água e tonéis, por vezes mal vedados, podem levar milhares de cidadãos a permanecerem de repouso, afetando a rotina diária de todos os envolvidos direta e indiretamente.  

Por serem muito pequenos, menores que 1 mm, os ovos do Aedes aegypti podem sobreviver, mesmo em ambiente secos, chegando a mais de 450 dias. “Assim que encontra umidade novamente, o ovo volta ao desenvolvimento embrionário em 36 horas após a fecundação e, então, após sete dias, a larva cresce e vira pupa e, dois dias depois, o mosquito está completamente formado e pronto para picar”, explica Protásio. “Quanto maior o recipiente, pior é o risco.”

De acordo com ele, as piscinas tradicionais, usadas com frequência ao longo da semana, não apresentam riscos de serem criadouros do mosquito, pois a água não fica parada, e o cloro existente em produtos sanitários, na concentração de 0,1%, é capaz de impedir o desenvolvimento e eliminar as larvas do mosquito em dez dias. 

Já nas piscinas infláveis, as melhores opções são esvaziá-las e guardá-las após o uso, para não juntar água entre as dobras do plástico. Mas caso esteja cheia, a melhor forma de se prevenir é colocando cloro. Só assim, a larva do mosquito não sobrevive. 

O supervisor de endemias da Sesau exemplifica, ainda, que há outros focos de reprodução frequentemente ignorados e que se tornam um risco maior, são eles: latinhas de alumínio; tampinhas de garrafas; canudos de plástico; brinquedos abandonados; calhas; caixas d’água; vasos sanitários; recipientes para alimentação de cães e gatos; cisternas; poços artesianos e, por fim, as bromélias. “Nesse tipo de planta, o recomendável é utilizar, duas vezes por semana, jatos de água dentro de cada folha para expulsar o que existe ali”, recomenda Protásio. 

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