Preso no sítio

PF prendeu prefeito por invadir terras e furtar água da transposição do Velho Chico, em PE

Clebel Cordeiro (MDB) disse não saber da proibição legal e alega que transposição invadiu suas terras

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A Polícia Federal prendeu em flagrante o prefeito de Salgueiro (PE), Clebel Cordeiro (MDB), na manhã de ontem (17), por invasão de terras da União, furto de água de canal da transposição do Rio São Francisco e desmatamento de área de preservação permanente. O prefeito estava em sua propriedade, na região conhecida como Sítio Mulungu, quando foi levado pelos policiais federais.

A PF divulgou nota nesta quarta-feira (18), em que relata que o prefeito alegou não saber das ilegalidades cometidas, ao ser interrogado. E a assessoria do prefeito afirma que, na verdade, a transposição que invadiu as terras do prefeito, sem pagar indenização.

“O político informou que não tinha conhecimento de que era proibido usar e retirar a água da barragem Mangueira e que devido a esse desconhecimento retirava a água e usava para irrigar as plantações de maracujá, manga e limão e que tem consciência que não havia invadido as terras da união e que se recorda que houve um processo de desapropriação da terra antes do início das obras da transposição do Rio São Francisco”, disse a PF, em nota.

A prisão foi resultado do cumprimento de mandados de busca e apreensão solicitados pelo Ministério Público Federal (MPF), para investigar uma denúncia anônima sobre a atuação do prefeito na região. As buscas, que aprenderam todo o material para bombeamento da água, foram autorizadas pelo juízo da 20ª Vara Federal de Salgueiro.

As irregularidades noticiadas foram constatadas em levantamentos realizados por técnicos do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) e documentados em relatórios oficiais fornecidos ao MPF. O procedimento investigatório criminal teve como objetivo fazer cessar a prática delitiva, apreender instrumentos do crime, e identificar seus autores.

Como essas práticas criminosas não têm relação com o exercício do cargo de prefeito, o político, que permanece preso, não contará com foro privilegiado.

Liberado

Após a realização de audiência de custódia com a participação do MPF, a Justiça Federal concedeu liberdade provisória a Clebel Cordeiro, na manhã desta quarta-feira (18).

Foram impostas medidas cautelares que consistem no compromisso de comparecimento pessoal a todos os atos do processo, proibição de frequentar a área protegida pela União, comunicação no caso de mudança de endereço, comparecimento mensal à Justiça Federal e pagamento de fiança no valor de 100 salários mínimos.

Clebel foi autuado pelos crimes de invasão de terras da União com intenção de ocupá-las, que tem pena de 6 meses a 3 anos de detenção, e furto de água, com pena de 1 a 4 anos de reclusão.

A assessoria do prefeito divulgou a seguinte nota:

Vamos ao fatos. Na verdade, a transposição invadiu a propriedade do Prefeito de Salgueiro, essa área não foi devidamente indenizada durante a desapropriação; a irrigação que foi feita ficava dentro da cerca que limita suas terras, inclusive abastecendo de forma natural as barragens que lá existem.

Não houve absolutamente nenhum deslocamento da irrigação à áreas externas a sua propriedade.

Há todo o levantamento topográfico e documentos escriturários necessários para comprovar a realidade dos fatos.

O Ministério da Integração já tinha realizado uma visita e tomado conhecimento da invasão feita pela transposição nas terras do Sítio Mulungu, propriedade de Clebel Cordeiro.

Por fim, Clebel acredita que a justiça será feita.

É preciso que a população de Salgueiro saiba que a denúncia partiu de pessoas da oposição, que não encontrando nada que pudesse atingir Clebel na gestão da Prefeitura, armaram essa denúncia e estão tentando tirar proveito eleitoral do fato, mas nada como um dia após o outro, o povo é sábio e e dará a resposta na hora certa, pois todos conhecem o empresário, o desportista, o homem de família e amigo Clebel Cordeiro.

O procedimento investigatório criminal tramita sob o número 1.26.004.000201/2019-23. (Com informações da Ascom da Procuradoria da República em Pernambuco)

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