Propina por vistas grossas

PF combate corrupção de servidores do MAPA para não fiscalizar frigorífico

Operação A Posteriori investiga esquema envolvendo propinas pagas entre 2018 e 2019

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Operação A Posteriori faz buscas em casa de servidor do MAPA em Goiás. Foto: Divulgação PF

A Polícia Federal deflagrou hoje (19) a Operação A Posteriori, visando combater o recebimento de propina parte de servidores públicos federais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para não fiscalizarem o processamento de produtos de origem animal. Cerca de 12 policiais federais cumprem dois mandados judiciais de busca e apreensão, expedidos pela 11ª Vara Federal Criminal, na capital goiana e em Palmeiras de Goiás (GO).

A investigação teve início em julho de 2018, através de denúncia encaminhada ao MAPA noticiando suposta atividade criminosa envolvendo servidores públicos agropecuários e um frigorífico da cidade de Palmeiras de Goiás.

Também foi apurado que auditores fiscais emitiam certificados sanitários “a posteriori” (razão do nome da operação), com data retroativa, sugerindo a falta de fiscalização “in loco” dos produtos de origem animal comercializados.

Levantamentos patrimoniais apontaram para uma evolução patrimonial supostamente incompatível com os rendimentos do servidor público do MAPA, com a possível simulação de resultados a justificar os acréscimos da variação patrimonial.

Constatou-se depósitos mensais suspeitos, que variavam de R$ 5 mil a R$ 10 mil entre os anos de 2018 a 2019. Tais valores representaram quase 50% da remuneração do cargo de Auditor Agropecuário do MAPA para o período.

Os investigados poderão responder por associação criminosa, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro, podendo pegar mais de 10 anos de prisão.

Os nomes dos auditores e do frigorífico não foram divulgados pela PF. (Com informações da Comunicação Social da PF em Goiás)

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