Esquema na pandemia

Operação Caligo combate dano de R$ 1 milhão na compra de máscaras e EPIs em Teresina

CGU e PF também apuram máscaras superfaturadas e lucro abusivo na compra de EPIs

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A Controladoria-Geral da União (CGU) participa, nesta quarta-feira (2), no Piauí, da Operação Caligo, deflagrada em parceria com a Polícia Federal (PF), para aprofundar investigações sobre fraude em compras superfaturadas de máscaras e equipamentos de proteção individual (EPIs), com dano de mais de R$ 1 milhão nas ações de combate à pandemia da covid-19, em Teresina.

A Operação Caligo cumpre dez mandados de busca e apreensão, todos em Teresina, com a participação de sete auditores da CGU e cerca de 40 policiais federais. E apura processo de dispensa de licitação conduzido pela Fundação Municipal de Saúde (FMS) da capital piauiense e acerca de pagamentos efetuados pela Fundação por produtos com indícios de sobrepreço e que não teriam sido fornecidos no âmbito de outro processo de dispensa de licitação por uma das empresas envolvidas.

A partir da análise de dois processos de dispensas de licitação realizados pela FMS, justificadas pela emergência sanitária decorrente da pandemia do novo coronavírus, a CGU apurou sobrepreço de 172,73% na aquisição de máscaras (respiradores PFF2) junto a empresa de funcionária da própria Fundação Municipal, o que representou um prejuízo decorrente de superfaturamento na ordem de R$ 190 mil, considerando que a contratação, no valor de R$ 300 mil, já foi integralmente paga.

Além disso, nas vendas realizadas pela principal empresa fornecedora de equipamentos de proteção individual (EPIs) da FMS, identificaram-se indícios de prejuízo de R$ 861.816,80 devido ao pagamento por produtos que não teriam sido fornecidos e lucro abusivo nas vendas, que chegaram a 420%. Os pagamentos realizados somaram, aproximadamente, R$ 19,3 milhões entre abril e agosto de 2020.

Impacto social

Entre março e agosto de 2020, o Fundo Nacional de Saúde (FNS) repassou à FMS de Teresina (PI) cerca de R$ 129 milhões para ações de prevenção e combate à Covid-19. O montante envolvido na investigação corresponde, assim, a 15% do total recebido da União. E a CGU destaca que a má aplicação desses recursos, em um momento tão delicado como o atual, é extremamente prejudicial para a sociedade, que já está sendo bastante afetada pelos efeitos da pandemia.

A CGU, por meio da Ouvidoria-Geral da União (OGU), mantém o canal Fala.BR para o recebimento de denúncias. Quem tiver informações sobre esta operação ou sobre quaisquer outras irregularidades, pode enviá-las por meio de formulário eletrônico. A denúncia pode ser anônima, para isso, basta escolher a opção “Não identificado”. (Com informações da Ascom da CGU)

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