Reajuste salarial

Ônibus vão parar por 2 horas de novo nesta quinta-feira

Haddad diz que não há verba para ampliar subsídio a viações

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Motoristas e cobradores de ônibus vão fazer uma paralisação novamente nesta quinta-feira, 19, das 14h às 16h. A categoria também fará assembleia na próxima sexta-feira, 20, às 16h, para decidir se entra em greve a partir da próxima semana. "Caso não haja acordo, com certeza a população vai ser a mais prejudicada", disse o presidente do Sindicato dos Motoristas e Funcionários do Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas), Valdevan Noventa.

O primeiro ato aconteceu ontem, 18. Motoristas e cobradores fecharam por duas horas todos os 29 terminais de ônibus na capital paulista. Os trabalhadores reivindicam aumento real de 5% no salário, reajuste do tíquete refeição de R$ 19 para R$ 25 e participação nos lucros de R$ 2 mil – o dobro do valor pago no ano passado. A pauta também inclui convênio odontológico gratuito, seguro de vida e auxílio funerário. Já a proposta das empresas de transportes foi de reajuste salarial de 2,31%, abaixo da inflação, e do tíquete refeição.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), descartou a possibilidade de ampliar o valor dos repasses para as empresas de ônibus e disse que os recursos seguem fórmula “parametrizada” e prevista em contrato. “Isso nós não faremos. Nem teríamos receita para isso. Vamos respeitar o contrato e vamos exigir que eles respeitem o contrato também”, disse. 

Haddad admitiu, no entanto, que “se for necessário” pode suplementar os subsídios para cobrir as gratuidades, como o passe livre estudantil. Atualmente há, segundo ele, cerca de 600 mil estudantes com passe livre na capital paulista. “A Prefeitura está pagando a passagem desses estudantes que adquiriram o direito. Todo mês cresce esse número”, destacou. 

Conforme o jornal O Estado de São Paulo, a verba reservada no orçamento da capital paulista para este ano será suficiente para manter o subsídio às empresas de ônibus apenas até o fim de setembro, se mantido o ritmo atual de gastos com a área. Até a terça-feira, a Prefeitura já havia gastado R$ 914 milhões em subsídios ao sistema de transportes, mais da metade da verba de R$ 1,8 bilhão prevista para este ano.

De janeiro a abril, pelo sistema passe livre, estudantes fizeram 61.226.682 viagens; os idosos, 93.603.021; e as pessoas com deficiência, 27.268.381, de acordo com dados fornecidos pela SPTrans.

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