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Omissão do GDF abre espaço para favelização da beira do lago

Surgem na QL 8 sinais de favelização da área desocupada

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Um ano após a derrubada das cercas, ao menos uma primeira favela começa a se formar à beira do Lago Paranoá, na altura da QL 8, sem que se perceba qualquer reação das autoridades, tampouco da Agefis, a agência fiscalizadora

Barracas começaram a ser montadas e varais com roupas estendida indicam já a existência de rotina de moradores. A área invadida é a mesma que antes integravam os terrenos das casas da região, cujas cercas foram derrubadas.

A derrubada foi iniciada há pouco mais de um ano, em agosto de 2015, após decisão judicial transformada em factóide pelo governo do DF, que demostrou não estar preparado para administrar desocupação.

Os muros e cercas erguidos na faixa de até 30 metros do espelho de água até os lotes residenciais começaram a ser derrubados naquela ocasião, a pretexto de "preservação ambiental " e de permitir acesso livre à toda a orla do lago. O problema é que o GDF se mostra incapaz ocupar a extensa área litorânea, com obras de urbanização, equipamentos públicos, iluminação e vigilância. Com isso, a área praticamente abandonada se transformou em alvo fácil para invasores.

A ex-administradora do Lago Sul Natanry Osório reclamou da situação e afirmou que o local atrai moradores de rua. “Nós, membros do Conselho Comunitário do Lago Sul (CCLS), tivemos uma reunião com o administrador do Lago e o meu objetivo foi mostrar a ele a degradação gerada, entre outras, pela ‘sombra e água fresca’ que atrai moradores de rua, meliantes e traficantes. Sendo, portanto, de extrema urgência a retirada dos ficus, que também impedem o crescimento dos Ipês que rebrotam”, disse.

Revitalização

Por meio da assessoria de imprensa, o governo do DF afirmou que a Agência de Fiscalização do DF (Agefis) já tem, em sua programação, a retirada de objetos e materiais da área pública. O órgão vai intensificar a fiscalização da QL 8, garantiu.

Sobre o projeto de revitalização, o governo disse que a previsão é que até meados de 2017 deveem ficar prontas as obras da trilha que vai conectar o Parque da Asa Delta ao Deck Sul, passando da QL 12 até a QL 8.

“Serão 10 Km de pista, na margem do Lago Paranoá, com 4 metros de largura e decks de madeiras sobre o lago nos pontos onde não há passagem terrestre para a construção da trilha pavimentada. Além disso, todo o percurso será iluminado, revegetado com milhares de mudas nativas do cerrado e haverá ainda banheiros públicos em pontos específicos.

 O governo de Brasília informa ainda que está em andamento um projeto de ações integradas que visam a revitalização da Orla do Lago Paranoá como um todo e que em breve será anunciado pelo governo”, completou o GDF.

 

Varais de roupas, à beira do lago, revelam rotina de pessoas que já moram no local.

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