MPF denuncia 13 por tráfico de mais de 1,5 tonelada de ouro da Amazônia
Acusados de organização criminosa exportavam ouro extraído de garimpos ilegais na floresta Amazônica
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 13 pessoas envolvidas na comercialização de ouro extraído ilegalmente de garimpos na Amazônia e exportado para a Itália. O esquema criminoso comercializou, só no ano de 2019, mais de 1,5 tonelada de ouro usurpado da União, cujo valor seria, de acordo com a cotação atual, superior R$ 440 milhões.
Os alvos da denúncia são acusados de cometer os crimes de organização criminosa, receptação qualificada, extração/transporte/comercialização de ouro sem título minerário e sem licenciamento ambiental, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.
A denúncia formalizada pelo MPF na última quinta-feira (9) relata que a organização criminosa era liderada por Bruno Cezar Cecchini, composta ainda por Luiz Alberto Madruga Vargas, Julia Leao Cecchini, Bruna Layane Carvalho Cecchini, Adriano Aguiar de Castro, José Celso Rodrigues Silva, Creudevaldo Birtche (vulgo “tucura”), Willian Ribeiro (vulgo “Cowboy”), Wilson Ribeiro Filho, além dos italianos Giacomo Dogi e Mauro Dogi.
O MPF denuncia que, por meio da empresa RJR Minas Export Ltda, o grupo comprava ouro ilícito, proveniente de garimpos ilegais no sul do Pará e no norte do Mato Grosso. O metal era adquirido de garimpeiros ilegais.
Para camuflar a origem ilícita do ouro, a organização criminosa indicava que a lavra teria ocorrido na área do título minerário regular (nº 862.319/1980), localizado no município de Colniza (MT), pertencente à empresa New Stone Mineração Ltda, o que se provou falso. Peritos foram ao local e confirmaram que lavra estava inativa.
Posteriormente, o ouro era revendido para a empresa CHM do Brasil Metais Ltda, de propriedade e administração dos italianos Giacomo Dogi e Mauro Dogi, que o exportava para a Itália como se fosse lícito.
O esquema criminoso foi desmantelado com a prisão, em junho de 2019, de dois funcionários da empresa RJR Minas Export Ltda. Eles foram flagrados no Aeroporto de Goiânia transportando mais de 110 quilos de ouro com notas fiscais falsas, escondidos em compartimento abaixo dos bancos de uma aeronave. (Assessoria de Comunicação do MPF em Goiás)