Crime ambiental

Moradores estão indignados com pavimentação da orla do lago

Governo quer asfaltar área onde proíbe plantar árvores

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Os embates entre moradores do Lago Sul e o governo do Distrito Federal em relação ao uso da orla do Lago Paranoá estão longe de acabar. O motivo de preocupação de moradores da região administrativa dessa vez é a obra de pavimentação na orla das QLs 8 a 10.

Nessa queda de braço, moradores foram obrigados a assinar Termos de Ajustamento de Conduta (TAC), sob risco de processo criminal, por terem plantado árvores nessa área, mas o GDF não reconhece qualquer admoestação ao empregar tratores e motoniveladoras para a pavimentação da área que é de proteção ambiental. 

O pano de fundo do problema começa pelas demonstrações explícitas de prazer, manifestadas por burocratas, de atormentar os brasilienses que vivem no Lago Sul, sobretudo à beira do lago, esquecendo-se que o imposto deles é que sustenta o serviço público. "Muitos desses burocratas agem com recalque, em alguns momentos até confessam sentimentos como inveja e ressentimentos", confirma um líder comunitário. "O governo esquece que aqui vivem contribuintes… e eleitores", complementa.

Asfalto para preservação?
Segundo o secretário-adjunto da Casa Civil, Fábio Pereira, a criação das "trilhas" é "necessária para a preservação ambiental" da área. “Não é para a entrada de carros, mas para pedestres e ciclistas. Se não houver esse caminho, as pessoas vão andar onde querem e ai haverá problemas ambientais.”

Pereira afirmou ainda que, mesmo sendo uma área de preservação ambiental, pode haver "obras de infraestrutura" para uso da população. Ainda segundo o secretário-adjunto, essas intervenções seriam baseadas em um estudo de impacto, o Plano de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD).

Novos empreendimentos
Mas, além do meio ambiente, a comunidade se preocupa com o que pode estar por vir com a obra de pavimentação. Membros do Conselho Comunitário do Lago Sul temem a possibilidade das obras levarem a criação de quiosques e restaurantes em uma área que é de proteção ambiental. “Quem vai fiscalizar essas áreas para ver se o meio ambiente está sendo preservado?”, questiona o Conselho.

A segurança também é motivo de preocupação. Depois da decisão judicial que determinou a retirada de cercas, permitindo a circulação de pessoas, as casas passaram a ser invadidas, há casos de famílias mantidas sob a mira de revólveres e oyutras formas de violência.

O secretário-adjunto da Casa Civil confessou que o temor dos moradores faz sentido: a intenção do GDF é realmente estimular a instalação de quiosques na região.

As obras e mudanças na área serão realizadas em etapas. A primeira, de pavimentação e que também inclui "revegetação", deve ser concluída pela Novacap ainda no mês de agosto. As outras intervenções ainda não têm prazos definidos.

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