Mineração da Braskem causou tremor e afundamento em três bairros, em Maceió
Poços de sal-gema da Braskem reativaram falha geológica adormecida há milhões de anos
O Serviço Geológico do Brasil (CPRM) concluiu que os poços de mineração de sal-gema construídos pela Braskem ao longo de 44 anos causaram o afundamento registrado em três bairros de Maceió (AL), porque reativaram uma falha geológica adormecida há milhões de anos, às margens da Lagoa Mundaú. O relatório técnico foi divulgado em audiência pública nesta quarta-feira (8), no auditório da Justiça Federal, no bairro da Serraria.
O resultado foi recebido com bastante emoção e gritos de “Fora Braskem”, bradados por parte dos cerca de 30 mil moradores das áreas de risco nos bairros do Pinheiro, Mutange e Bebedouro. O afundamento chegou a 40 centímetros desde 2016, no bairro do Mutange.
O coordenador dos estudos da CPRM, geólogo Thales Sampaio, disse não poder garantir a integridade dos imóveis e moradores. Mas disse que não há motivo de pânico nem evacuação imediata, ao pedir um voto de confiança para a busca de soluções para o problema, com a continuidade dos estudos.
“A solução, hoje, é conhecer o mapa de risco e aquelas pessoas que estão em alto risco terão que sair de suas casas, com a ajuda do aluguel social liberado pelo Governo Federal”, disse o secretário Nacional de Proteção e Defesa Civil, coronel Alexandre Lucas Alves, ao responder sobre a possibilidade de soluções de engenharia.
O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) já suspendeu a distribuição de R$ 2,6 bilhões de lucros para acionistas da Braskem, em resposta ao pedido de bloqueio de R$ 6,7 bilhões no patrimônio da subsidiária da Odebrecht, formalizado pelo Ministério Público e Defensoria Pública Estadual, que solicitaram hoje a suspensão das atividades da mineradora e reforçam o pedido de bloqueio dos bens, após a audiência de hoje.
Entenda o problema e o que aconteceu: