Mauro Baldini é afastado de processo da Laginha Agroindustrial
Advogados de João Lyra alegaram que Baldini seria parcial
O Pleno do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL) acatou, na sessão deta-terça-feira (26), o recurso apresentado pelos advogados da massa falida do grupo Laginha Agroindustrial S/A, pertencente ao ex-deputado federal João Lyra (PSD-AL) e afastou do caso o até então responsável pelo processo, Juiz Mauro Baldini, títular da 1ª vara de Coruripe. De acordo com o recurso apresentado, os advogados alegaram que o magistrado teria agido de forma parcial em suas decisões.
O TJ informou por meio de sua assessoria que oito desembargadores aceitaram o recurso. Com a decisão, nos próximos dias, um novo juiz vai assumir o processo, cabendo ao presidente do TJ-AL, desembargador Washington Luiz, a escolha do substituto.
Segundo os advogados da massa falida, o juiz Mauro Baldini teria expressado, em sua decisão, 'grande carga emotiva'. No pedido, a empresa também solicitou autorização para lacrar estabelecimentos e lançar editais para arrendamento de parques industriais e fundos agrícolas, a fim de assegurar a manutenção do patrimônio da usina.
Com três usinas em Alagoas e duas em Minas Gerais, o Grupo JL – ao qual pertence a Laginha – já foi um dos maiores do País, chegando a gerar mais de 20 mil empregos diretos. Em crise, o grupo entrou em recuperação judicial em 2008. Como o plano de recuperação não foi cumprido, o então juiz da comarca de Coruripe, Sóstenes Alex, decretou a falência do grupo em 2013.
O grupo João Lyra, segundo o Tribunal de Justiça de Alagoas, apresenta dívida na ordem de R$ 1,28 bilhão, fruto de crise com reflexo, inclusive, na Europa, já que boa parte da produção de açúcar é exportada.