Colapso populacional

Multinacionais e Líderes de Estado estão de olho no declínio da população mundial

Para estudiosos, taxa de natalidade é indicativo econômico tão importante quanto a inflação e o PIB

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Imagem ilustra população sobre o mapa-mundi. Foto extraída da página Mundo Educação

Elon Musk tornou-se um ‘arauto do fim do mundo’ ao alertar para o risco de ‘colapso populacional’ decorrente do declínio nas taxas de natalidade. Mas não é só o dono da Tesla que vem cantando essa pedra’. De acordo com o economista global, ligado ao Hong Kong and Shanghai Banking Corporation (HSBC), James Pomeroy, a população mundial deve cair para 4 bilhões até o final desse século.

Pomeroy considera que, mesmo não recebendo a mesma atenção que o PIB ou a Inflação, “as taxas de natalidade são uma das variáveis econômicas mais importantes”. E acrescenta: “Para os governos que enfrentam um envelhecimento da população, isso significa menos contribuintes no futuro para apoiar mais gastos com saúde e pensões”.

O Conselheiro Federal de Medicina e ex-secretário nacional de Atenção Primária do Ministério da Saúde, Raphael Parente, tem o mesmo entendimento. “Países que não se atentarem a esse fenômeno terão sérios problemas previdenciários e ficarão dependentes de mão de obra estrangeira”, disse ao Diário do Poder.

O médico destacou a situação da China, que revogou a política de controle populacional, devido a consequente precariedade da força de trabalho, e enfatizou esforços envidados por países europeus com taxa de natalidade menor que 1 filho por mãe. “Passaram a gratificar a natalidade e facilitar o acesso a emigrantes”.

“Percebe-se que, no caso do Brasil, se isso não for olhado com cuidado, logo teremos problemas sérios”, completou.Para o IBGE, até 2030, o Brasil terá 1,72 filhos por mãe. Os números projetam uma diminuição populacional que passará de 233,234 brasileiros em 2047 para 228,286 milhões de pessoas em 2060.

Parente, que chegou a ocupar, interinamente, o posto de ministro da Saúde, diz que nunca viu o Brasil pautar o tema e duvida que o atual governo o fará.

Se para o Estado brasileiro o assunto está longe de ser prioridade, países como  a Hungria cumprem uma política pró-natalidade. A medida chamou a atenção do homem mais rico do mundo. “Muito interessante. A Hungria está se esforçando para resolver o problema da taxa de Natalidade”, disse Musk.

O elogio do dono do X (ex-twiter) fez menção ao esforço do país em viabilizar crédito bancário especial para gestantes, políticas de apoio à habitação familiar e desconto no imposto de renda, de maneira proporcional ao número de filhos por mãe.

Um dos comentários na postagem de Musk foi do presidente húngaro, Katalin Novák, que convidou o empresário a participar da Cúpula Demográfica de Budapeste, evento que classificou como “o maior encontro internacional de forças pró-famílias”.

Em 2019, a então Ministra de Direitos Humanos, Damares Alves, participou do evento e afirmou que o Brasil é um país pró-família. A participação da ex-ministra desencadeou reações de movimento sociais e acadêmicos, que atribuíram a Damares protagonismo em uma escalada neoconservadora e a agenda antigênero”.

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